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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Trabalhar mais horas
não significa mais produtividade
O Governo tem vindo
a defender um aumento dos horários na Administração Pública com o
objetivo de aumentar a produtividade, mas segundo um estudo hoje
distribuído às três estruturas sindicais da Função Pública, uma
realidade não depende da outra.
De acordo com o documento,
ao qual a Lusa teve acesso, que faz uma análise da média de horas
trabalhadas na União Europeia, no âmbito dos 27 Estados-membros, "com
segurança que a primeira variável não é preditora da segunda, uma vez
que não existe uma relação consistente entre o número de horas
trabalhadas e a produtividade".
No caso de Portugal, o estudo indica que, embora se verifique um número médio de horas trabalhadas por semana, tanto no emprego total como no emprego a tempo inteiro, de 39,1 e de 43,3 horas, respetivamente, superior ao da Alemanha (35,6 e 42 horas), o índice de produtividade é pouco mais de metade do alemão.
Relativamente
à produtividade entre os 27, o mesmo assinala que "são identificáveis
disparidades muito grandes em países com um número de horas trabalhadas
semelhantes ou iguais".
São disto exemplo a Suécia e a Letónia:
o primeiro país apresenta uma média de horas trabalhadas semanalmente
de 40,9 e, o segundo, de 40,8, respetivamente. No caso sueco, o índice de produtividade ultrapassa os 100%, e na Letónia, cuja fica abaixo dos 48%, segundo o estudo.
Numa
análise por horas trabalhadas em Portugal, face à produtividade por
hora na Administração Pública no conjunto da União Europeia, a média do
número de horas trabalhadas no Emprego total é de 39,1 [horas] às quais
corresponde uma produtividade na ordem dos 65,4%.
Com base em
análises feitas nos últimos 20 anos, vários estudos apontam para o facto
de, "à medida que se avança no número de horas trabalhadas durante o
dia, a produtividade vai-se tornando gradualmente mais baixa".
Este
estudo foi entregue pelo secretário de Estado da Administração Pública,
Hélder Rosalino, à Frente Comum dos Sindicatos da Administração
Pública, ao Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) e à Frente
Sindical da Administração Pública (Fesap), que vão agora analisar o
documento.
Atualmente, a média de trabalho semanal na Administração Pública é de 35 horas, em Portugal.
* Em Portugal falta estímulo e empenhamento na gestão dos recursos humanos.
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