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Mais de 80 milhões de gravidezes indesejadas por falhas no planeamento familiar
Em 2012, deverão
ocorrer em todo o mundo 80 milhões de gravidezes indesejadas devido a
falhas no acesso a planeamento familiar, sobretudo nos países pobres,
segundo dados das Nações Unidas divulgados esta quarta-feira.
"Dos
80 milhões de gravidezes indesejadas, que deverão ocorrer em 2012,
estima-se que 40 milhões terminarão em aborto", refere o relatório,
adiantando que há nos países em desenvolvimento 222 milhões de mulheres
que "não conseguem exercer o direito ao planeamento familiar".
A
falta de acesso a informação e serviços de planeamento familiar, a
escassez de contracetivos, mas também a pobreza, as pressões sociais, a
desigualdade entre homens e mulheres e a discriminação, são, segundo as
Nações Unidas, razões que retiram às mulheres a hipótese de escolher
quando e quantos filhos querem ter.
Os dados constam do relatório
sobre o estado da população mundial em 2012, do Fundo das Nações Unidas
para a População (FNUAP), apresentado esta quarta-feira em simultâneo em
vários países, incluindo Portugal.
"Sim à opção, não ao azar:
planeamento familiar, direitos humanos e desenvolvimento" é o tema do
relatório, que associa o investimento no planeamento familiar à redução
da pobreza, a ganhos na saúde e na educação e à promoção social e
laboral das mulheres.
Atualmente estimam-se em 1.520 milhões o
número de mulheres em idade reprodutiva que vivem em países em
desenvolvimento. Destas, 867 milhões recorrem a contracetivos, mas
apenas 645 milhões usam contracetivos modernos.
A maior parte dos
80 milhões de gravidezes indesejadas - 63 milhões - inclui-se no
universo de 222 milhões de mulheres sem recurso a planeamento familiar.
Cerca
de 18% das gravidezes indesejadas ocorrem entre os 603 milhões de
mulheres que usam métodos contracetivos modernos e estão relacionadas
com o uso incorreto ou falhas do método usado.
"Respondendo às
necessidades de planeamento familiar em todo o mundo evitar-se-iam 54
milhões de gravidezes indesejadas, que resultariam na redução em 26
milhões do número de abortos", prossegue o estudo, acrescentando que
para satisfazer totalmente as necessidades de planeamento familiar
seriam necessários 8.100 milhões de dólares (6.363 milhões de euros)
anuais.
Os abortos realizados em más condições representam quase a
totalidade destas interrupções da gravidez, sendo que 98% ocorrem em
países em desenvolvimento, sobretudo na África subsaariana.
Dados
da Organização Mundial de Saúde, citados pelo relatório, revelam que
anualmente são realizados 21,6 milhões de abortos em más condições.
O
estudo estima ainda que se o planeamento familiar estivesse à
disposição de toda a gente nos países em desenvolvimento, seria possível
reduzir em 11.300 milhões de dólares (8.898 milhões de euros) os custos
com a saúde materna e infantil.
O FNUAP obteve em julho promessas
de contribuições de 2.000 milhões de dólares (1.573 milhões de euros)
dos países em desenvolvimento e de 2.600 milhões de dólares (2.045
milhões de euros) de doadores para conseguir disponibilizar planeamento
familiar a mais 120 milhões de mulheres até 2020.
Se este número
fosse alcançado, as Nações Unidas estimam que seria possível reduzir em
três milhões o número de crianças que morrem no primeiro ano de vida.
O
estudo destaca ainda os efeitos positivos do planeamento familiar no
crescimento das economias, dando como exemplo os países asiáticos, onde
resultou em maior produtividade e estimulou o crescimento económico.
Cita
ainda, como exemplo, um estudo recente realizado na Nigéria, que prevê
que se nos próximos 20 anos a taxa de fecundidade no país caísse para
apenas um filho por mulher, a economia cresceria pelo menos 30 mil
milhões de dólares (23 mil milhões de euros).
A REFEIÇÃO DO ABUTRE |
Em 2012, a população
mundial deverá atingir os 7.052,1 milhões de pessoas, registando uma
taxa de crescimento de 1,1% e uma esperança média de vida de 67 anos
para os homens e 72 anos para as mulheres.
A taxa de fecundidade
mundial será de dois filhos por mulher. Nos países em desenvolvimento, a
fecundidade sobe para três e nos menos desenvolvidos para quatro
filhos.
A taxa de fecundidade na África subsaariana é cinco filhos por mulher.
* ACRESCEM MAIS OITENTA MILHÕES DE CRIANÇAS INFELIZES.
Mas a grande hipocrisia de nós todos reduz isto a algarismos e dormimos bem.
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