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Passos relega Portas
para terceiro plano no Governo
O primeiro-ministro diz que Vítor Gaspar é que é o número dois do executivo PSD/CDS.
Passos Coelho remeteu na noite desta quarta-feira o líder do partido
da coligação governamental, Paulo Portas, para a terceira posição do
Govenro, afirmando que o número dois é o ministro das Finanças.
Em entrevista à TVI, Pedro Passos Coelho repetiu mais
do que uma vez que ele e Vítor Gaspar não estão isolados no Governo em
matéria de Orçamento do Estado (OE) e que o executivo está coeso.
Questionado
sobre quem é o seu número dois, Passos Coelho respondeu rápido: “É o
ministro das Finanças”. E o número três, perguntaram os jornalistas. Só
então nomeou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que,
tal como Vítor Gaspar, é ministro de Estado.
Já sobre as
críticas ao orçamento que têm surgido do lado do CDS, Passos reafirmou
que “o Governo está coeso” e que os deputados da maioria votaram
favoravelmente o OE, nomeadamente João Almeida, porta-voz do CDS, que
tem sido um dos principais críticos por parte dos centristas.
“A ideia de querer isolar o ministro das finanças e o primeiro-ministro é falsa”, reforçou o líder do Governo.
Quando
questionado se o Governo PSD/CDS, ao fim de um ano e cinco meses, é
hoje uma coligação de fachada, Passos devolveu com uma pergunta: “Uma
coligação de fachada aprova o orçamento? Tenha paciência”. Não há
feridas que não se cicatrizem, afirmou, e a convicção que tem é a de que
o Governo vai completar os quatro anos de legislatura. “É sua
obrigação”.
“Não é possível não ir” às pensões e às prestações sociais
Em
relação ao PS, lamentou o facto de o secretário-geral, António José
Seguro, não acompanhar a maioria naquilo que diz ser o debate sobre o
Estado e que, admitiu, levará a cortes na Segurança Social, na educação,
na saúde, nos salários ou na despesa com pessoal.
Em Fevereiro,
insistiu, o Governo vai “discriminar essas medidas”, horizonte com o
qual Passos se defendeu para se remeter por agora ao silêncio quando foi
questionado várias vezes sobre o teor das medidas. Tendo assumido o
compromisso de cortar quatro mil milhões de euros, vai o Governo baixar
as pensões abaixo dos mil euros? Nada em concreto disse, mas admitiu:
“Não é possível não ir” às pensões e às prestações sociais.
“O
Estado é uma entidade pesada”, disse. No sistema de saúde, o Estado pode
ser mais eficiente, defendeu. Na educação, ter “um sistema de
financiamento mais repartido”. Mas, quando foi confrontado com a
possibilidade de serem introduzidas taxas moderadoras na educação,
Passos foi evasivo na resposta.
A avaliação sobre a “reforma do
Estado” não se esgota nas medidas que o executivo procura para poupar
quatro mil milhões de euros. Vai durar até ao Verão e se, nessa altura,
“aparecerem medidas melhores” para cortar na despesa do Estado o Governo
vai propor a sua alteração à troika, disse. “Seis meses para esta discussão é um prazo razoável”.
Quanto
a uma renegociação formal do Memorando de Entendimento assinado com a
Comissão Europeia, o FMI e o BCE, Passos voltou a rejeitar esse cenário.
Na Grécia, disse, “o segundo programa levou a mais cortes”.
* Quando um primeiro ministro diz que não está preocupado com a popularidade é porque está preocupado com ela, quando um primeiro ministro insiste em dizer que o governo está coeso é porque o mesmo está fragmentado, quando um primeiro ministro diz que vai discriminar ideias em Fevereiro/13, é porque as ideias não são suas, vêm de fora.
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