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Trinta e três menores nas mãos de organização criminosa entregues a instituições de solidariedade
Os 33 menores, em situação de risco,
identificados durante numa operação conjunta da GNR e do SEF, que levou
ao desmantelamento de uma organização criminosa de tráfico de pessoas,
foram entregues a instituições de solidariedade social (IPSS).
“Estão
em instituições de solidariedade social. Ainda estamos a fazer um
trabalho apurado no sentido de saber as suas origens, uma vez que a
maior parte está indocumentada”, afirmou o capitão Marco Cruz, da Guarda
Nacional Republicana, durante uma conferência de imprensa.
Segundo
a mesma fonte, os 33 menores, desde bebés a crianças com nove anos,
viviam em situação de precariedade extrema, devido às deficientes
condições de habitabilidade alimentação a que estavam sujeitos.
Além disso, explicou o capitão Marco Cruz, todos os menores estavam privados de frequentar estabelecimentos de ensino.
A
operação, que se iniciou na madrugada quinta-feira e decorreu até à
madrugada de hoje, resultou de uma investigação, que dura há cerca de
sete meses, a um grupo que opera em Portugal desde 2011, mas que também
actua em Espanha.
De acordo com a inspectora Luísa Maia
Gonçalves, directora de investigação do SEF, as autoridades suspeitam de
situações de tráfico de menores.
“Eventualmente poderão estar
envolvidas situações de tráfico de menores. Estamos a tentar estabelecer
se existem filiações entre os membros do grupo e as crianças, o que é
difícil porque muitas das crianças estão indocumentadas”, disse a mesma
fonte.
Luísa Maia Gonçalves assinalou que, exceptuando o bebé de
dois meses, que nasceu durante a investigação, ainda não foi confirmada
filiação em nenhum dos outros casos.
A inspectora do SEF
referiu igualmente que a generalidade dos detidos está em situação
ilegal, uns com várias identidades e outros sem qualquer documento, mas
são de origem europeia.
A GNR e o Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras (SEF) anunciaram quinta-feira o desmantelamento de uma
organização criminosa de tráfico de pessoas, composta por 20 detidos, 11
mulheres e nove homens.
Num comunicado conjunto divulgado na
quinta-feira, as autoridades explicam que a operação foi realizada no
âmbito de investigações por associação criminosa, furto, auxílio à
imigração ilegal, tráfico de pessoas, branqueamento de capitais e maus
tratos a menores, entre outros ilícitos.
No decorrer da acção,
foram efectuadas sete buscas domiciliárias e apreendidas uma dezena de
viaturas ligeiras, a maioria de alta cilindrada, cerca de 100.000 euros
em dinheiro, diversa documentação e objectos relacionados com os crimes.
O grupo actuava, essencialmente, em zonas turísticas e
transportes públicos, “controlando diversas áreas e localidades”,
nomeadamente a região da grande Lisboa, com destaque para as zonas do
Castelo de São Jorge, Belém, baixa pombalina e Marquês de Pombal.
Fora da capital, a rede criminosa actuava no Santuário de Fátima, baixa do Porto, Braga e Algarve.
A
investigação foi iniciada pelo SEF, mas, após uma proposta do
Procurador-Geral da República, foi constituída uma equipa mista de
investigação criminal com militares da Grupo de Intervenção de Operações
Especiais da GNR e com elementos da Direcção Central de Investigação
Pesquisa e Análise de Informação do SEF.
Na operação estiveram
ainda presentes três elementos da Comisaria General de Extranjeria y
Fronteras do Corpo Nacional de Polícia de Espanha, que auxiliaram na
prestação de informação suplementar acerca de alguns dos detidos, que
actuam ou actuavam também em Espanha.
As autoridades nacionais
contaram igualmente com informações cedidas pela EUROPOL, uma vez que os
suspeitos estão referenciados por diversos ilícitos praticados na
Letónia, Eslovénia, República Checa, Itália, França, Espanha, Croácia;
Bulgária, Roménia, Suíça e Alemanha.
Participaram na operação, entre efectivos do SEF
e militares da GNR da Unidade de Intervenção, do Comando-Geral e do
Comando Territorial de Setúbal, cerca de 250 elementos policiais.
* Uma palavra basta, TENEBROSO.
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