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HOJE NO
"PÚBLICO"
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Ai Weiwei considera Nobel
de Mo Yan “intolerável”
A reacção – quase imediata: “Dar este prémio a um escritor que
conscientemente se dissociou das lutas políticas da China de hoje? Acho
que é quase intolerável”, disse ao PÚBLICO o artista plástico chinês Ai
Weiwei quando, há minutos, atendeu o seu telefone em Pequim para um
breve depoimento sobre a entrega do Nobel da Literatura a Mo Yan,
anunciada esta manhã.
Mo Yan, que em 1995 optou por retirar de circulação o seu romance "Peito
Grande, Ancas Largas" (ed. Ulisseia, 2007), censurado pelo regime, e
que participou na cópia manuscrita do discurso em que Mao Zedong definiu
os parâmetros a seguir na arte e literatura chinesas nas décadas
seguintes, é visto pelos dissidentes como um autor alinhado, não
independente. Entre esses dissidentes está Ai Weiwei.
Depois de
ter estado preso vários meses no ano passado, Ai Weiwei está agora em
liberdade, mas continua proibido de sair da China e, segundo disse ao
PÚBLICO, não sabe ainda se poderá, no próximo ano, sair do país para
estar na Bienal de Veneza, a mais antiga e importante bienal de arte do
mundo, onde será representante oficial da Alemanha.
“Como
separar um escritor de ser também um intelectual moderno, que respeite
os valores universais de direitos humanos e liberdade de pensamento e
expressão?” Estas “são qualidades inevitáveis de um bom escritor”, diz
Ai Weiwei. Para concluir com duas palavras sobre o Nobel da Literatura
de 2012: “Lamento muito.”
A nomeação, sublinha, “é, no mínimo, insensível”.
* Pouco "Nobrel"
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