08/10/2012

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HOJE NO 
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Universidade de Coimbra cria 
teste para reduzir ensaios da 
indústria cosmética com animais

Três investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveram um teste que permite avaliar o potencial alergénico cutâneo e "reduzir significativamente" as experiências com animais na indústria de cosméticos, anunciou esta segunda-feira a instituição.

Trata-se de "um teste inovador 'in vitro' baseado na utilização de células de pele imortalizadas", o qual, através da análise de diversos parâmetros, permite conhecer "o potencial alergénico cutâneo de químicos antes da sua introdução no mercado".

O projeto resulta de estudos realizados nos últimos seis anos pelos investigadores Teresa Cruz Rosete, Bruno Neves e Susana Rosa, do Centro de Neurociências e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (UC), e esteve na origem da empresa Toxfinder, que está em incubação no Instituto Pedro Nunes (IPN).

A Toxfinder "é uma empresa de prestação de serviços no âmbito da toxicologia", disse Teresa Rosete à agência Lusa, indicando que a sua equipa pretende alargar a aplicação do teste à área das alergias respiratórias.
"Estamos agora a tentar financiamentos, ao nível do Quadro Nacional de Referência Estratégico Nacional (QREN), para pôr a empresa a andar", adiantou.

Denominado Sensitiser Predictor, o teste visa evitar o sacrifício de animais em laboratório e "já foi distinguido com vários prémios nacionais e internacionais", segundo uma nota da assessoria de imprensa da Reitoria da Universidade de Coimbra.
Além de cumprir a imposição legislativa da União Europeia "no sentido de abolir a utilização de animais em testes de produtos da indústria de cosmética", o Sensitiser Predictor é um método "muito mais rápido do que os que recorrem aos ensaios em ratinhos, mais económico e passível de ser usado em grande escala", assegurou Teresa Rosete.

A docente da Faculdade de Farmácia de Coimbra salientou que os seus sócios na Toxfinder têm atualmente ligações a outras instituições científicas da região: Bruno Neves é docente da Universidade de Aveiro, enquanto Susana Rosa é investigadora do Biocant, de Cantanhede.
Com uma patente internacional em fase de avaliação, o projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, carece também da validação do European Centre for the Validation of Alternative Methods, para ser considerado "teste de referência" nos países da OCDE.

          
 O LADO SOMBRIO DA BELEZA

Apesar da pressão da União Europeia "para se acabar com os ensaios em animais, a verdade é que ainda não existem testes alternativos para diversos itens de toxicidade, nomeadamente sensibilização cutânea", refere a nota da Universidade de Coimbra.
Para Teresa Rosete, o Sensitiser Predictor poderá marcar "a mudança de paradigma na avaliação da toxicidade" de compostos químicos, quando a comunidade científica internacional "está precisamente a apostar no desenvolvimento de métodos simples e rápidos, para substituir os testes em animais".

* A ciência portuguesa a dar novos mundos ao mundo

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1 comentário:

Anónimo disse...

A dar novos mundos ... ou, marketing! Hoje é difícil distinguir a verdade da propaganda. Estatisticamente é de desconfiar... com tanta e tão importantes descobertas científica muito recentes.