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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Miguel Relvas e Ricciardi foram escutados a falar sobre a privatização da EDP
Miguel Relvas e José Maria Ricciardi, do BESI, terão sido escutados
durante as investigações ao Caso Monte Branco, notícia o "Público", que
diz que a Polícia Judiciária "tropeçou" nestas conversas telefónicas.
Ricciardi estaria a ser escutado na altura no âmbito das investigações
de fuga ao fisco por uma “rede” liderada por Michel Canals, na altura
consultor financeiro da Three Gorges e da China State Grid/ Oman Oil,
empresas que ganharam os processos de privatização da EDP e da REN.
Segundo a publicação uma das conversas entre Ricciardi e o Ministro dos
Assuntos Parlamentares estava relacionada com o facto de o Ministério das Finanças ter decidido entregar, por ajuste directo, a consultadoria financeira das duas privatizações à americana Perella Weinberg.
Uma escolha que provocou grande polémica. Primeiro, por ter sido feita
sem concurso público nem consulta aos bancos pré-qualificados. Depois,
por interromper uma prática de adjudicação sempre a bancos portugueses. E
finalmente, por ter sido escolhida uma entidade que estava fora da
lista das entidades pré-qualificadas para o efeito.
Questionado
pelo “Público, Ricciardi rejeita ter dito alguma coisa errada ao
ministro. “Não sei o que possa ter dito de errado ao dr. Miguel Relvas”.
“Provavelmente dei a minha opinião sobre o afastamento do BESI em favor
da Perella, pois estava revoltado”. Ricciardi concluiu com o provérbio:
“Quem não se sente, não é filho de boa gente.”
O jornal
adianta ainda que Ricciardi não foi constituído arguido e fontes
policiais garantiram que o nome de Relvas não aparece ligado a este
caso.
As escutas foram realizadas entre Setembro de 2011 e
Fevereiro deste ano e foram feitas com o objectivo de recolher
informações para ajudar a desmantelar a maior rede de sempre de fuga ao
Fisco e de branqueamento de capitais a operar em Portugal, com ligações à
UBS, na Suíça.
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