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BPN. Bloco denuncia ocultação de avaliações a estimar valor do banco em 110 milhões euros
O Bloco de Esquerda diz que duas avaliações que estimaram o valor
médio do Banco Português de Negócio (BPN) em 110 milhões de euros foram
"ocultadas" à comissão parlamentar de inquérito e exige agora
explicações ao primeiro-ministro.
Este dado sobre as avaliações do BPN foi transmitido aos jornalistas
pelo deputado do Bloco de Esquerda João Semedo, em conferência de
imprensa.
Segundo João Semedo, as duas avaliações, da Deloitte e da Caixa
Geral de Depósitos, foram feitas em julho de 2011, mês em que o Governo
decidiu vender o BPN ao BIC (por 40 milhões de euros), mas apenas
chegaram à comissão de inquérito parlamentar na passada sexta-feira.
João Semedo considerou depois estar perante um caso grave de
"ocultação" de documentos e adiantou que irá pedir explicações ao
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no sentido de saber se o chefe
do executivo conhecia ou não aquelas avaliações, designadamente quando
em novembro de 2011 procurou desbloquear a venda do BPN aos angolanos do
BIC por 40 milhões de euros.
O deputado do Bloco de Esquerda disse ainda que, durante a comissão
de inquérito, a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque,
assim como os responsáveis do BPN e da Caixa Geral de Depósitos sempre
negaram a existência de avaliações ao banco realizadas no período em que
esteve em cima da mesa a venda direta.
Na conferência de imprensa, João Semedo distribuiu mesmo cópias de
atas da comissão de inquérito em que Maria Luís Albuquerque e o
ex-presidente do BPN Francisco Bandeira afirmam desconhecer essas duas
avaliações.
Interrogado se a secretária de Estado poderá desconhecer essas duas
avaliações, João Semedo deu a seguinte resposta: "Admito que possa
desconhecer, mas é um desconhecimento grave".
BE entregou 40 propostas de alteração ao relatório final da comissão de inquérito
O Bloco de Esquerda anunciou hoje que irá fazer 40 propostas de
alteração ao relatório final da comissão de inquérito ao BPN por
considerar o relatório parcial e para incluir resultados das avaliações
só enviados na semana passada.
"Vamos fazer 40 propostas de alteração ao relatório que nos foi
proposto pelo deputado Duarte Pacheco, e basicamente as nossas propostas
para além destas duas visam que o relatório final tenha equilíbrio e
que seja tão crítico e severo para o Governo de José Sócrates como
igualmente severo e critico para o atual governo que vendeu por 40
milhões um banco que valia 100 milhões de euros", afirmou o deputado
João Semedo.
Numa conferência de imprensa no Parlamento, os bloquistas deram
conta do seu desagrado em relação ao texto do relatório final proposta
pelo relator (Duarte Pacheco do PSD), que consideram ser "um texto
parcial" e insistem que no documento tem de ser reposto esse equilíbrio e
ainda que seja incorporada informação nova constante das duas
avaliações.
Em relação ao facto de só terem sido entregues no final da semana
passada as duas avaliações que foram realizadas ao banco em julho de
2011, mês em que o BPN foi vendido ao BIC Angola, depois de sucessivas
questões sobre a existência de avaliações mais recentes (últimas datavam
de 2010 ainda no primeiro processo de venda durante o Governo de José
Sócrates).
As avaliações, realizadas pela Caixa BI e pela Deloitte, indicam
segundo o deputado um valor médio para o banco estimado na altura na
ordem dos 100 milhões de euros.
* Roubo atrás de roubo...os pacíficos portugueses pagam.
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