04/09/2012

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Actuais ‘spreads’ de crédito 
“são insustentáveis” 
O ‘partner’ da PwC diz que os bancos vão continuar a agravar os ‘spreads’ do crédito e a subir as comissões. 

Nasser Sattar, responsável pela área de banca da PwC, fala dos danos colaterais que a banca nacional sofreu com a crise financeira , sobretudo assente na falta de liquidez, mas também nas maiores imparidades que teve de registar por causa da degradação da economia doméstica e na maior exposição ao risco soberano.
Prósperos e anafados

Ao nível da falta de liquidez destacou o desfasamento entre as taxas de operações activas e passivas, sobretudo no crédito à habitação. "Nunca mais veremos ‘spreads' de 0,25%. Face a estes, os ‘spreads' deverão estabilizar num agravamento na ordem de 1,5% ou 2% a longo prazo e existirá uma menor exposição ao risco", refere o consultor em entrevista, que diz ainda acreditar que "face aos novos cenários, irá existir um agravamento dos preços dos produtos bancários, que voltarão a descer quando o equilíbrio for atingido, a médio-longo prazo".
O consultor alerta ainda para o facto de os actuais ‘spreads' exigidos pela banca serem impraticáveis. Pois neste período transitório, com a falta de liquidez, "os preços que os bancos praticam estão acima daquilo que será expectável no médio prazo. Os ‘spreads' de crédito que estão a ser praticados são insustentáveis para a economia. Mas neste momento os bancos não podem fazer muita coisa, a procura é muita e a oferta é escassa". Por isso, acrescenta, "os bancos têm de ser mais selectivos nos seus clientes. Escolhem os que dão maior confiança, os que têm negócios sustentáveis". 
Nasser acredita que os preços do ‘funding' também vão descer quando for atingido o novo equilíbrio. O responsável pelo estudo "Banking Industry Reform: A New Equilibrium", lembra que o reforço de capital é benéfico em termos concorrenciais, pois os bancos mais capitalizados estão mais aptos a praticarem uma política de preços mais competitiva. 

* São os "spreads" que lixam a vida aos portugueses

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