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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Nova crise alimentar pode estar à espreita
Preços do milho e da soja estão em máximos históricos e os do trigo também estão a disparar.
Depois da crise alimentar de 2007-2008, que se propagou a todo o mundo,
gerando protestos e tumultos sociais em mais de 30 países – como a
“pasta strike” em Itália
e os “motins da tortilha” no México –, começa agora a espreitar uma
nova ameaça. Desta vez devido à pior seca em 50 anos vivida nos Estados
Unidos e que já fez com que os preços do milho e da soja disparassem
para máximos históricos.
Com efeito, as cotações destas duas
matérias-primas agrícolas superaram os valores do auge da crise de
2007-08 e estão agora em patamares nunca antes vistos, alerta o
“Financial Times” na sua edição de hoje.
O preço do trigo não
está ainda em recordes, mas já encareceu mais de 50% em cinco semanas,
superando o nível atingido após a proibição das exportações russas deste
cereal em 2010, sublinha o jornal britânico.
"Estou bastante
preocupado com as recentes subidas dos preços das matérias-primas
alimentares, atendendo às suas potenciais implicações, nomeadamente para
os mais vulneráveis e mais pobres, que gastam 75% dos seus rendimentos
em comida", comentou ao "Financial Times" o director-geral da
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva – que se encontra neste momento em Maputo (Moçambique) na reunião dos países da CPLP.
Graziano da Silva disse ao jornal que a FAO irá agenda uma cimeira
intergovernamental antes do final de 2012 para debater a questão da
segurança alimentar se a situação das colheitas afectadas pela seca nos
EUA se deteriorar.
Cotações a subir
Os preços do milho atingiram o máximo histórico de 8 dólares por
alqueire. Há 10 anos, recorda a Reuters, a cotação era de 2,28 dólares.
A soja, por seu lado, superou pela primeira vez a fasquia dos 17 dólares por alqueire.
"Tenho alguma relutância em usar em usar a expressão ‘crise alimentar’.
No entanto, as circunstâncias são agora mais severas do que em 2008",
sublinhou à Reuters um ‘trader’ de ‘commodities’”, Dennis Gartman.
Contudo, refere a agência noticiosa, os principais ingredientes da
crise de 2007-2008 - escalada das cotações do petróleo para máximos
históricos e escalada do preço do arroz na Ásia – não estão ainda em
cena.
* Os verdadeiros donos do petróleo, das armas, da banca, da industria farmaceutica e da agro-indústria são sempre os mesmos, estão-se nas tintas para o sofrimento da plebe, remuneram a classe média pagando-lhes cerca de dez vezes menos do correspondente ao trabalho produzido, quem não é da classe média pode morrer à fome!!!
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