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HOJE NO
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PPP.
Governo quer usar fundos da troika para aliviar factura das concessões rodoviárias
Solução permite reduzir custos de financiamento e aliviar encargos da banca nacional com garantias ao BEI
O governo pode vir a usar uma parte dos fundos da ajuda à banca
portuguesa para reduzir os custos de financiamento das parcerias
público-privadas (PPP). Uma das soluções que têm vindo a ser trabalhadas
prevê que o Estado possa substituir a banca privada nacional na
concessão de garantias aos financiamentos do BEI aos projectos de PPP. O
BEI é o principal financiador das concessões, representando mais de 40%
dos empréstimos a estes projectos. Tem sido por isso o principal
interlocutor do governo nas conversas para reduzir a factura do Estado
nas PPP, o que passa também, tal como i noticiou na quarta-feira, pelo alargamento dos prazos de pagamento dos fundos do BEI.
Números desactualizados |
Questionada sobre estas negociações, fonte oficial do banco sublinha
que o Banco Europeu de Investimentos, enquanto parceiro de longo prazo
das autoridades portuguesas e dos promotores dos investimentos, “sempre
esteve disponível para encontrar formas de reforçar o valor acrescentado
dos projectos”. Contudo, acrescenta a mesma fonte, “dentro dos limites
das regras e procedimentos previstos nos seus estatutos, em particular
no que diz respeito ao risco de crédito”.
É aqui que pode entrar o dinheiro da ajuda internacional.
Os empréstimos do BEI têm garantia comercial da banca portuguesa. Foi
esta situação que o ano passado, após a descida dos ratings dos bancos
que antecedeu o pedido de ajuda de Portugal, obrigou a banca a reforçar
os colaterais ao banco europeu em largas centenas de milhões de euros.
três mil milhões
Estas
garantias são uma responsabilidade para a banca que tem de ser
acautelada para efeitos de rácio de capital, pesando no balanço. Por
outro lado, fazem subir os custos de financiamento das PPP. Um dos
cenários que têm sido discutidos com o BEI prevê que o Estado assuma
estas garantias, usando uma parte do pacote de 12 mil milhões de euros
de apoio à banca privada portuguesa. Em causa estariam cerca de 3 mil
milhões de euros, para além do valor – cerca de metade – já previsto
para a recapitalização dos bancos.
A hipótese já terá até sido bem acolhida pela troika, o que não foi
possível confirmar até ao fecho da edição. O Ministério das Finanças,
que lidera as conversas, também não respondeu. A operação seria em
princípio neutral para o Estado, já que os fundos ficariam imobilizados e
até representaria uma receita pela cobrança da garantia que contudo
seria sempre inferior à que é exigida hoje pela banca privada.
Só em caso de incumprimento nos pagamentos das concessões ao BEI é que a
garantia seria accionada e aí Portugal teria de pagar os juros cobrados
pela ajuda externa. Apesar do maior risco financeiro para o Estado, a
verdade é que este já é o principal responsável pelas receitas das
concessões, através do pagamento de rendas às concessionárias, de onde
por sua vez saem os reembolsos à banca.
[...] "Estas situações de favorecimento ao sector financeiro só são possíveis porque os banqueiros dominam a vida política em Portugal.
É da banca privada que saem muitos dos destacados políticos, ministros e
deputados. E é também nos bancos que se asilam muitos ex--políticos."
[...]
[...] "Com estas artimanhas, os banqueiros dominam a vida política,
garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o
caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são
banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters."
Esta é uma das várias hipóteses em estudo. O refinanciamento das
concessões é um processo muito complexo, que envolve vários actores,
entre os quais bancos estrangeiros (alguns dos quais já desapareceram
entretanto). Mesmo que se adopte uma solução global, todos os contratos
terão de ser revistos, o que implica o acordo dos intervenientes. Haverá
ainda que garantir o visto do Tribunal de Contas. A matéria deverá ser
tratada com a troika na próxima avaliação em Agosto, quando se espera
que fique concluído o relatório final da Ernst & Young sobre as PPP.
* As concessões feitas às PPP's das estradas são um escândalo e não são da responsabilidade deste governo, o que não quer dizer que se tivessem governado na altura não fizessem pior, tal é o descalabro ético de alguns ministros.
Não temos quaisquer conhecimentos técnicos para avaliar esta operação, portanto vamos aguardar por opiniões de quem sabe.
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