20/06/2012

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HOJE NO
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INE
Famílias gastam mais de metade 
do orçamento com habitação, 
transportes e alimentação 

A despesa média anual das famílias que vivem em Portugal ronda os 20 mil euros, sendo mais de metade do orçamento destinado a gastos com habitação, transportes e alimentação, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE). De acordo com o “Inquérito às Despesas das Famílias 2010/2011”, divulgado hoje pelo INE, a habitação, transportes e alimentação consomem 57% do orçamento anual dos agregados familiares que é, em média, de 20.391 euros. 

 A publicação do INE, que compara como as famílias viviam em 2000 com a situação vivida em 2010/2011, mostra que durante esse período os encargos com habitação aumentaram, estando os portugueses a cortar nos gastos com a alimentação. Em 2000, os custos com habitação representavam 19,8% do orçamento de um agregado familiar e, uma década depois, o valor subiu para 29,2%. Ou seja, no ano de 2010/2011, as famílias gastaram em média 5.958 euros anuais a pagar rendas, mas também contas da água, gás, eletricidade e outros combustíveis. 

A segunda classe mais representativa no bolo do orçamento das famílias foi os transportes, com uma fatia média de 14,5% (2.957 euros), que teve um decréscimo pouco acentuado ao longo dos últimos dez anos. Já o consumo de produtos alimentares e bebidas não alcoólicas registaram uma diminuição significativa no consumo: em 2000, representavam 18,7% dos orçamentos familiares e agora representam 13,3% (2.703 euros). Olhando para as regiões do país percebe-se que a distribuição da despesa segue um padrão idêntico, principalmente no que toca a habitação, transportes e alimentação. 

No entanto, as famílias das zonas urbanas gastam o dinheiro de forma um pouco diferente dos agregados familiares das zonas rurais que, entre outras coisas, investem uma parte maior do orçamento na alimentação. As despesas com habitação, transportes e produtos alimentares representam cerca de 56% do orçamento das "famílias urbanas" e 63,2% nas zonas rurais. 

No entanto, no mundo rural, a alimentação consome mais dinheiro, já que absorve 16,6% do orçamento enquanto, mais 4,1% que nas zonas urbanas. As famílias que vivem nas zonas de Lisboa e no norte do país são as mais gastadoras. Se a média nacional da despesa anual ronda os 20.300 euros, na zona de Lisboa a média sobe para 22.384 euros por agregado familiar e no norte é 300 euros acima de média (20.671 euros). Os alentejanos são os que menos gastam: em média, o orçamento anual de um agregado familiar é de 16.774 euros, ou seja, menos 3.617 euros que a média nacional. 

As regiões autónomas dos Açores e da Madeira, com 17.626 euros e 18.586 euros respetivamente, também ficam abaixo da média. As famílias algarvias são quem mais se aproxima da média, com uma despesa média anual de 19.967 euros. No centro, os agregados familiares têm uma despesa de 19.183 euros, ou seja menos 784 euros que os algarvios. Os resultados hoje divulgados baseiam-se no resultado de um inquérito realizado entre março de 2010 e março de 2011 a uma amostra representativa dos agregados familiares residentes em Portugal. 

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Famílias gastam mais em hóteis, 
cafés e restaurantes do que 
em educação e saúde 

 As famílias portuguesas gastam mais em hotéis, restaurantes e cafés do que em saúde e educação, apesar de estas duas áreas terem cada vez mais peso no orçamento familiar, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE). De acordo com no “Inquérito às Despesas das Famílias 2010/2011”, divulgado hoje pelo INE, os gastos com habitação, transportes e alimentação consomem em média 57 por cento do orçamento anual dos agregados familiares. 

Logo a seguir, na listagem dos grupos com mais impacto no orçamento familiar, surgem os gastos em hotéis, restaurantes cafés e similares que representam um gasto médio anual de 2.111 euros (menos 600 euros que o dinheiro gasto em alimentação). Já a "saúde" representa para as famílias que vivem em Portugal um encargo médio anual de 1.186 euros, aproximando-o do valor gasto em atividades de “lazer, distração e cultura” (1.073 euros). 

Comparando com a situação vivida em 2000, percebe-se que as áreas da "saúde", "ensino", "lazer, distração e cultura" e "hotéis, restaurantes, cafés e similares" têm um peso cada vez maior no orçamento familiar. Ligado ao conforto do lar, os artigos de decoração, móveis, eletrodomésticos e despesas correntes de manutenção da habitação representaram 864 euros, pouco mais do que o gasto anual em vestuário e calçado (757 euros). 

Em Portugal, as famílias gastam mais em comunicações do que no ensino: as comunicações representam 680 euros e o ensino 441 euros. No final da tabela das despesas, surgem as bebidas alcoólicas, o tabaco e os narcóticos que representam um gasto médio anual de 384 euros. 

As famílias que vivem na zona de Lisboa e no norte são as que mais gastam: se a média nacional da despesa anual ronda os 20.300 euros, em Lisboa a média sobe para 22.384 euros por agregado familiar e no norte é 300 euros acima de média (20.671 euros). As famílias alentejanas são as que menos gastam (16.774 euros), seguidas dos agregados familiares das regiões autónomas dos Açores e da Madeira (17.626 euros e 18.586 euros respetivamente) e das famílias que vivem no centro (19.183 euros). 

O Algarve é quem se aproxima mais da média, com os agregados familiares a terem uma despesa média anual de 19.967 euros. Os resultados hoje divulgados baseiam-se num inquérito realizado entre março de 2010 e março de 2011 a amostra representativa dos agregados familiares residentes em Portugal. 

* Uma amostra terrível, primeiro por as despesas obrigatórias serem pesadíssimas, segundo por se constatar que os portugueses quando têm uma folga económica não sabem estebelecer prioridades. 


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