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HOJE NO
"PÚBLICO"
Previsões Económicas de Primavera
Salários dos portugueses caem mais
de 12% entre 2011 e 2013
Só este ano, os salários reais dos portugueses vão cair 6%. A Comissão Europeia prevê uma descida mais profunda das remunerações e diz que Portugal terá maior redução do consumo e do investimento da Europa.
De acordo com as Previsões Económicas de Primavera, divulgadas pela Comissão Europeia (CE) nesta sexta-feira, Portugal vai sofrer um ajustamento salarial gigante, na sequência dos planos de austeridade, da recessão e do desemprego recorde.
Bruxelas prevê que os salários reais resvalem 6% este ano, acima da anterior previsão de 5%, constante nas previsões de Outono.
Em termos acumulados, entre 2011 e 2013, a quebra salarial chegará aos 12,3%, também acima das últimas previsões, que apontavam para uma descida acumulada de 9,4%. Só a Grécia apresentará uma contracção dos salários superior (14,7%).
Os salários reais têm já em conta o efeito da inflação, que será de 3% este ano e de 1,1% em 2013.
A contribuir para esta quebra das remunerações está também o corte dos subsídios de férias e de natal para os funcionários públicos e o ajustamento salarial que tem vindo a ocorrer no sector privado, decorrente nomeadamente do aumento do desemprego, que força os trabalhadores a aceitarem remunerações mais baixas. Segundo as previsões de Bruxelas, a taxa de desemprego deverá atingir os 15,5% da população activa este ano.
Produtividade estagna
O ajustamento salarial em curso na economia portuguesa vai contribuir para uma redução significativa dos custos unitários de trabalho. Só em 2012, estes vão cair 3,8%, mas, desde 2010 até 2013, a quebra acumulada será bem superior: 9,6%.
No entanto, a produtividade irá estagnar durante dois anos (2012 e 2013), o que significa que Portugal ainda terá de esperar para concretizar aquele que é um dos objectivos do programa de ajuda externa.
Estas previsões mostram que a melhoria da competitividade externa, que permitirá sustentar o aumento das exportações e impedir uma recessão maior na economia, terá de ser conseguida graças à diminuição dos custos do trabalho, e não com o aumento da produtividade.
Menos consumo e investimento
O desemprego recorde e a diminuição dos salários reais vão levar a uma quebra recorde do consumo privado que, segundo as últimas previsões da CE, será mesmo a maior da Europa.
Em 2012, os gastos das famílias vão recuar 6,1%, a maior em toda a zona euro e na União Europeia.
Em 2013, a tendência irá manter-se, com o consumo privado a recuar 1%, uma diminuição que só será maior na Espanha e na Grécia.
Também o investimento irá registar a maior quebra da Europa – uma redução de 11,8% este ano. Será o quinto ano consecutivo de diminuição deste indicador, que só voltará a crescer, embora timidamente, em 2013.
* Quando um ministro deste governo acena com provável descida de impostos está certo, os portugueses não vão ter dinheiro para continuar a pagar a brutalidade fiscal vigente..
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