03/05/2012

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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Cinema português 
"corre perigo de vida" 

Realizadores, produtores e programadores cinematográficos afirmam, em comunicado, que "o cinema português corre perigo de vida" e marcam "um encontro aberto" para hoje à tarde, em Lisboa. 
 O texto, intitulado "Cinema Português: Ultimato ao Governo", é divulgado no dia em que termina o período de cerca de três meses de discussão pública da nova Lei do Cinema. Os 21 profissionais que assinam o texto referem o "indiscutível reconhecimento do cinema português" que, contudo, "vive neste momento uma situação dramática, com um corte de 100 por cento, que não tem paralelo em mais nenhum sector de atividade". No documento afirma-se que o Instituto de Cinema se encontra "em absoluta rutura financeira, sem que o secretário de Estado da Cultura tenha para isso qualquer proposta ou solução".

 Para os subscritores do documento, entre eles os realizadores João Caniço e João Salaviza, "ao fim de 10 meses de Governo, o cinema português corre perigo de vida". Alerta o documento para a paralisia do setor, sem a abertura dos Concursos de 2012 e a impossibilidade de arrancarem os projetos aprovados em anos anteriores. "A produção de novos filmes está paralisada - e uma boa parte das empresas produtoras na iminência de encerrar, atirando para o desemprego milhares de pessoas - e a distribuição, os festivais, os cineclubes, a promoção internacional, sem quaisquer apoios", lê-se no documento. 

No tocante à nova Lei do Cinema, e apesar do "acolhimento positivo por parte de todo o sector [...], continua a ser apenas isso mesmo: uma promessa por cumprir", frisam os autores do texto. Os subscritores apresentam, em quatro pontos, as suas exigências ao executivo, sendo a primeira que "o Governo encontre uma solução de emergência para a situação de rutura e descalabro financeiro do Instituto de Cinema e que permita dotá-lo dos meios financeiros necessários aos compromissos assumidos com os produtores e aprovados entre 2010 e 2011", abrindo assim caminho à segunda exigência - permitir a homologação dos concursos de 2011 pelo secretário de Estado da Cultura e a sua contratualização pelo Instituto. 
 A terceira exigência é que a "versão definitiva da nova Lei do Cinema seja tornada pública de imediato e que o Governo assuma um prazo para a sua aprovação em Conselho de Ministros e posterior apresentação à Assembleia da República". No quatro ponto, é exigido que a nova lei consagre "as contribuições e investimentos de todas as empresas que operam no mercado do cinema e do audiovisual", o "reforço do princípio da atribuição dos dinheiros públicos de fomento do Cinema por concursos públicos". Dividido em três alíneas, este último ponto exige ainda que os concursos assentem "em júris independentes e através de critérios equilibrados de valoração dos projetos", e finalmente, que seja valorizado o papel do Instituto do Cinema e Audiovisual na gestão e regulação do sector". 

 O "encontro aberto" de realizadores, produtores e programadores cinematográficos está marcado para quinta-feira, às 17:00, no Cinema S. Jorge, em Lisboa. Assinam o documento os produtores Alexandre Oliveira, João Figueiras, João Matos, Pedro Borges, Luís Urbano, Maria João Mayer, os realizadores Gabriel Abrantes, Gonçalo Tocha, João Botelho, João Nicolau, João Pedro Rodrigues, João Salaviza, João Canijo, Pedro Costa, Sandro Aguilar, Manuel Mozos e Miguel Gomes, o distribuidor Luís Apolinário, e os programadores Anabela Moutinho, Dario Oliveira e Miguel Valverde. 


* Com este governo todos os portugueses correm risco de vida, menos os amigalhaços, está claro.


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