15/02/2012




HOJE NO
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“90% das mortes por cancro 
do colo útero podiam ser evitadas”
Coordenadora de Registo Oncológico diz ao i que dados da população podem ajudar a planear melhor

Reforçar o rastreio do cancro do colo do útero devia ser uma prioridade, defende a coordenadora do Registo Oncológico Regional de Sul, que hoje apresenta os dados mais actualizados sobre a incidência, sobrevivência e mortalidade de cancro, com base em novos casos em 2006 e a evolução de doentes até ao fim de 2010.

“No colo do útero, 90% das mortes eram evitáveis se fizéssemos rastreio, em mais nenhum tumor isso acontece. Temos de desenvolver uma rede de forma a que todas as mulheres sejam chamadas pelos serviços e as que têm uma lesão são logo encaminhadas”, diz ao i Ana Miranda. Embora este cancro possa ser despistado em fase pré-maligna, em 2006 surgiram 330 casos e houve 89 mortes.

Os dados, que serão apresentados nas jornadas do ROR-Sul, abrangem Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Madeira. Foram detectados, em 2006, 19 404 casos, 10 741 em homens e 8663 em mulheres. Nos homens, os mais frequentes são o da próstata, com 2455 novos casos, o do cólon (1175) e os da traqueia, brônquios e pulmões (1137). Nas mulheres, o da mama, com 2520 casos, cólon (912) e útero (432).

Ana Miranda sublinha que a incidência e o estadio da doença em que é feito o diagnóstico, dados compilados nos ROR Sul, Centro e Norte, são muito mais importantes para o planeamento que a taxa bruta de mortalidade. Mas a articulação ainda falha, diz. Desde o início do ROR-Sul nunca foram contactados para participar no planeamento ou fornecer dados que permitissem estudar, por exemplo, a localização de centros de radioterapia ou fazer monitorizações do impacto de rastreios.

Em termos de sobrevivência, e comparando com 2000/2001, os novos dados mostram melhoria na sobrevida ao cancro da próstata: hoje 93% dos doentes sobrevivem ao primeiro ano após o diagnóstico e 82% ao terceiro.

No cancro da mama, por exemplo, mantém-se a sobrevivência de 94% das doentes ao primeiro ano e de 84% ao terceiro ano.


* Senhoras, o rastreio depende de vós, porque esperam?


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