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Cibercrime.
PJ reuniu-se com unidade da Microsoft
Digital Crimes Unit é especializada em ameaças à segurança online e vai cooperar com PJ, dando também formação sobre cibercrimes
No início desta semana, a Polícia Judiciária (PJ) esteve reunida com uma delegação da Microsoft especializada no combate aos crimes informáticos: a Digital Crimes Unit (DCU). Fonte da PJ confirmou ao i que a “reunião de trabalho” contou ainda com a presença de outras entidades governamentais portuguesas e teve como base a troca de informações sobre o fenómeno do cibercrime.
A reunião não foi centrada na investigação de nenhum caso em concreto, mas no âmbito da cooperação entre a PJ e entidades externas é provável que esta equipa venha a auxiliar os investigadores, dando-lhes formação sobre crimes informáticos – área em que os meios da polícia e do Ministério Público para investigar são ainda escassos.
Embora a PJ não confirme esta informação, o i sabe que a unidade de combate a crimes informáticos da Microsoft esteve em Portugal a convite do governo. O surto inédito de ataques informáticos a sites de instituições do Estado, bancos e empresas públicas, e a ameaça destes grupos hacktivistas de intensificação dos ciber-ataques em 2012 transformaram a questão da segurança informática numa prioridade para o governo. Há uns meses, responsáveis de vários ministérios, como o secretário de Estado da Administração Interna, já tinham estado na sede da Microsoft, em Seattle, EUA.
A unidade de crimes digitais da Microsoft – constituída por advogados, investigadores, analistas técnicos e outros especialistas, e que tem como missão defender-se de fraudes e outras ameaças à segurança online – é uma das maiores especialistas em segurança na internet. João Barreto, responsável por uma empresa de segurança informática e professor de Segurança na pós-graduação da Católica em segurança de sistemas de informação, explica que uma unidade como esta, de um gigante como a Microsoft – uma das empresas que mais investe em segurança e também uma das mais atacadas –, tem todas as condições para dar formação aos investigadores da PJ: “São os primeiros a perceber, por exemplo, como as contas de hotmail são roubadas, como são usadas para fins ilícitos ou como se pode proteger as crianças nas redes. Sabem, melhor do que ninguém, como tornar um sistema mais seguro.”
A acção destes hackers tem-se concentrado essencialmente em indisponibilizar páginas, colocando-as temporariamente offline. O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa instaurou processos-crime e delegou a investigação na PJ. Mas o i sabe que os investigadores estão com dificuldade em chegar aos autores dos ataques: não havendo intrusão num sistema, a missão complica-se.
Para indisponibilizar uma página basta bombardear um site com pedidos de acesso: o servidor não aguenta e a página fica inacessível. Para um pirata informático, nada mais fácil de fazer, e de fazer sem deixar o seu rasto: qualquer computador infectado com um vírus pode ser usado à distância para estes fins.
* Estes inquinadores não trabalham isoladamente, é preciso saber que lobbys ou governos estão por trás destes ataques. A PJ tem qualidade em recursos humanos, oxalá seja reforçada com os meios necessários para responder a este crime.
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