31/10/2011



HOJE NO
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Casas para arrendar 
não chegam para tanta procura
Para António Machad, as casas para arrendar são insuficientes, de baixa qualidade e do valor dos salários


Devido à dificuldade no acesso ao crédito à habitação e à instabilidade do actual mercado laboral, verifica-se um crescimento galopante na procura de casas para arrendar, que não é acompanhado pela oferta.

De acordo com um estudo da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), é necessário que se coloquem já entre 60 a 70 mil imóveis no mercado, para que exista um equilíbrio entre a oferta e a procura. A realidade está muito longe destes números. O arrendamento em Portugal representa apenas 12% do mercado, contra 40% da média europeia, visto que os proprietários portugueses temem o incumprimento dos inquilinos, porque a lei do arrendamento não funciona. “Há muita gente que não paga as rendas deliberadamente até que seja despejada, situação que pode demorar até dois anos, voltando depois a arrendar outro imóvel, fazendo desta prática a sua solução de habitação”, afirma o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Luís Menezes Leitão. Neste caso, a Associação de Inquilinos Lisbonenses (AIL) concorda que sejam criados tribunais arbitrais que resolvam o problema dos despejos de forma célere – no máximo em três meses. “Mas se ficar provado que as rendas não são pagas porque as famílias não têm capacidade para lhes fazer face, o governo tem de arranjar mecanismos para as ajudar”, esclarece o presidente da AIL, Romão Lavadinho.

Outra das razões que leva à baixa oferta de casas para arrendar, prende-se com a tributação excessiva que recai sobre os rendimentos obtidos, acrescenta a vogal da APEMIP, Alexandra Marques.

A falta de confiança por parte dos proprietários faz com que exijam prestações altas. Grande parte das pessoas que arrendam casa no mercado baixo e médio, vê-se obrigada a aceitar rendas superiores às suas possibilidades. “Os preços médios correspondem aos valores dos salários, não sendo por isso de estranhar que 72% dos jovens portugueses dos 18 aos 34 anos ainda vivam na casa dos pais”, lembra António Machado da direcção da AIL. Segundo dados do site Casa Sapo, só em Lisboa as rendas médias vão desde os 538 euros, na freguesia de S.Miguel, a 1655 euros, na de S. Sebastião da Pedreira. No Porto, descem ligeiramente. A média mais baixa é de 421 euros, na freguesia de Santo Ildefonso, e a mais alta de 1481 euros, em Massarelos.

Esta situação é complicada de ultrapassar, porque, apesar de ser compensatório comprar casa, já que o valor médio das rendas se situa 100% acima do valor médio da prestação inerente aos contratos de crédito à habitação, os bancos não estão a emprestar e quando o fazem, financiam apenas cerca de 80% do valor do imóvel e ainda exigem garantias. “Esta é uma realidade que evidencia o desequilíbrio do mercado, pois a situação deveria ser tendencialmente inversa”, conclui Alexandra Marques.


* Resumindo: Casas de baixa qualidade para alugar, com rendas muito superiores a uma prestação mensal de compra, mas os bancos para além de reduzirem o acesso ao crédito só financiam até 80%.
Quem é que se lixa, quem é, quem é????

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