Presidente de Portugal | |
Mandato: | 10 de março de 1986 - 9 de março de 1996 |
Precedido por: | António Ramalho Eanes |
Sucedido por: | Jorge Sampaio |
Primeiro-ministro de Portugal | |
Mandato: | 23 de julho de 1976 - 28 de agosto de 1978 |
Precedido por: | Vasco de Almeida e Costa |
Sucedido por: | Alfredo Nobre da Costa |
Primeiro-ministro de Portugal | |
Mandato: | 9 de junho de 1983 - 6 de novembro de 1985 |
Precedido por: | Francisco Pinto Balsemão |
Sucedido por: | Aníbal Cavaco Silva |
Nascimento: | 7 de Dezembro de 1924 (85 anos) Lisboa, Portugal |
Primeira-dama: | Maria Barroso |
Partido: | Partido Socialista - PS |
Profissão: | advogado, historiador, professor e político |
Mário Alberto Nobre Lopes Soares (Lisboa, 7 de Dezembro de 1924) é um político português.
Nascido em Lisboa, é filho de João Lopes Soares, professor e pedagogo, ministro na I República e combatente do Salazarismo, e de Elisa Nobre Baptista. Co-fundador do Partido Socialista de Portugal, a 19 de Abril de 1973, Mário Soares foi um dos mais famosos resistentes ao Estado Novo, pelo que foi preso doze vezes (num total de cerca de três anos de cadeia) e deportado sem julgamento para a ilha de São Tomé, em 1968, até se exilar em França, em 1970.
Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1951, e em Direito, na Faculdade de Direito da mesma universidade, em 1957.[1]. Foi nos tempos de estudante que, com apoio do seu pai, iniciou o seu percurso político. Pertenceu ao MUNAF - Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista, em Maio de 1943, e, depois, foi membro da Comissão Central do MUD - Movimento de Unidade Democrática, sob a presidência de Mário de Azevedo Gomes (1946), fundador o MUD Juvenil e membro da primeira Comissão Central. Foi Secretário da Comissão Central da Candidatura do General Norton de Matos à Presidência da República, em 1949. Integrou o Directório Democrático-Social (1955), dirigido por António Sérgio, Jaime Cortesão e Azevedo Gomes e, em 1958, pertenceu à Comissão da Candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República.
Foi professor do Ensino Secundário Particular e chegou a dirigir o Colégio Moderno, fundado pelo seu pai. Como advogado defensor de presos políticos, participou em numerosos julgamentos, realizados no Tribunal Plenário e no Tribunal Militar Especial. Representou a família de Humberto Delgado na investigação do seu alegado assassinato, tendo contribuído para desvendar as circunstâncias desse crime cometido pela PIDE.
Na década de 1950 foi membro da Resistência Republicana e Socialista. Foi redactor e signatário do Programa para a Democratização da República em 1961, tendo sido candidato a deputado pela Oposição Democrática, em 1965, e pela CEUD, em 1969.
Aquando do seu exílio em França, foi Chargé de Cours nas universidades de Paris VIII (Vincennes) e Paris IV (Sorbonne), e igualmente Professor Associado na Faculdade de Letras da Universidade da Alta Bretanha, em Rennes, de que é hoje Doutor Honoris Causa.
A 28 de Abril de 1974, depois da Revolução de 25 de Abril, desembarcou em Lisboa, vindo do exílio em Paris no chamado "Comboio da Liberdade". Foi recebido, entre uma multidão de portugueses.[2] Dois dias depois, esteve presente na chegada a Lisboa de Álvaro Cunhal. Ainda que tivessem ideias políticas diferentes, subiram de braços dados, pela primeira e última vez, as ruas da Baixa Pombalina e a avenida da Liberdade.
Durante o período revolucionário que ficou conhecido como PREC foi o principal líder civil do campo democrático, tendo conduzido o Partido Socialista à vitória nas eleições para a Assembleia Constituinte de 1975.
Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, de Maio de 1974 a Março de 1975, e um dos impulsionadores da independência das colónias portuguesas, tendo sido responsável por parte desse processo.
A partir de Março de 1977 colaborou no processo de adesão de Portugal à CEE, vindo a subscrever, como Primeiro-Ministro, o Tratado de Adesão, em 12 de Julho de 1985.
Foi primeiro-ministro de Portugal nos seguintes períodos:
- I Governo Constitucional entre 1976 e 1977;
- II Governo Constitucional em 1978;
- IX Governo Constitucional entre 1983 e 1985.
Presidente da República entre 1986 e 1996 (1º mandato de 10 de Março de 1986 a 1991, 2º mandato de 13 de Janeiro de 1991 a 9 de Março de 1996).
- Deputado ao Parlamento Europeu entre 1999 e 2004. Foi candidato a presidente do parlamento, mas perdeu a eleição para Nicole Fontaine, a quem não teve problema em chamar «dona de casa» (no sentido pejorativo do termo).
- Fundador da Fundação Mário Soares - 1991.
Em 13 Dezembro de 1995 assume a Presidência da Comissão Mundial Independente Sobre os Oceanos; em Março de 1997 a Presidência da Fundação Portugal África e a Presidência do Movimento Europeu; em Setembro a Presidência do Comité Promotor do Contrato Mundial da Água. Como ex-presidente da república, é também Conselheiro de Estado.
Foi, em 2005, aos oitenta anos, o segundo candidato - após Jerónimo de Sousa pelo PCP - a assumir a candidatura à Presidência da República (o que seria um inédito terceiro mandato) após algumas crispações no PS, principalmente com o seu amigo de longa data Manuel Alegre. Na eleição, a 22 de Fevereiro de 2006, obteve apenas o terceiro lugar, com 14% dos votos.
Em 2007 foi nomeado presidente da Comissão de Liberdade Religiosa. Preside ao Júri do Prémio Félix Houphouët-Boigny, da UNESCO, desde 2010, e ao Comité Promotor do Contrato Mundial da Água, desde Janeiro de 1998. É patrono do International Ocean Institute, desde 2009.
Publicou os livros Ideias Políticas e Sociais de Teófilo Braga (1950), A Justificação Jurídica da Restauração e a Teoria da Origem Popular do Poder (1956), Escritos Políticos (1959), Le Portugal Baillonné (1973), Portugal Amordaçado (1974), Entre Militantes PS (1975), Escritos do Exílio1975), Portugal's Sttrugle for Liberty, A Europa Connosco (1976), Crise e Clarificação (1977), O Futuro Será o Socialismo Democrático (1979), entre outros. (
Eleições presidenciais de 1986
Primeira volta
26 de Janeiro de 1986
Candidato | votos | % | ||||
Freitas do Amaral | 2.629.597 |
| ||||
Mário Soares | 1.443.683 |
| ||||
Salgado Zenha | 1.185.867 |
| ||||
Maria de Lurdes Pintasilgo | 418.961 |
| ||||
Ângelo Veloso | desistiu | -- |
Segunda volta
16 de Fevereiro de 1986Candidato | votos | % | ||||
Freitas do Amaral | 2.872.064 |
| ||||
Mário Soares | 3.010.756 |
|
Eleições presidenciais de 1991
Única volta
13 de Janeiro de 1991
Candidato | votos | % | ||||
Basílio Horta | 696,379 |
| ||||
Mário Soares | 3.459.521 |
| ||||
Carlos Carvalhas | 635,373 |
| ||||
Carlos Marques | 126,581 |
|
Eleições presidenciais de 2006
Candidato | votos | % | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Aníbal Cavaco Silva | 2.746.689 |
| ||||
Manuel Alegre | 1.125.077 |
| ||||
Mário Soares | 778.781 |
| ||||
Jerónimo de Sousa | 466.507 |
| ||||
Francisco Louçã | 288.261 |
| ||||
Garcia Pereira | 23.622 |
| ||||
Abstenção | 3.303.972 |
|
Obras publicadas
- As Ideias Políticas e Sociais de Teófilo Braga, com prefácio de Vitorino Magalhães Godinho, Centro Bibliográfico, Lisboa, 1950.
- A justificação jurídica da Revolução e a teoria da origem popular do poder político, Jornal do Foro, Lisboa, 1954.
- Escritos Políticos, 4 edições do Autor, Lisboa, 1969.
- Destruir o sistema, construir uma nova vida – relatório do Secretário Geral do PS aprovado no Congresso de Maio de 1973, Roma, 1973.
- Portugal Amordaçado, Lisboa, 1974; tradução francesa condensada (Le Portugal bailloné) publicada em Paris pela Calman-Levy em 1972; e depois traduzida em inglês com o título Portugal’s struggle for Liberty, em 1973; em alemão, 1973; em espanhol, com um prólogo de Raul Morodo, em 1974; na Venezuela em 1973; em grego, em 1974; e em chinês, em 1993.
- Caminho Difícil: do salazarismo ao caetanismo, Rio de Janeiro, 1973
- Escritos do Exílio, Livraria Bertrand, Lisboa, 1975
- Democratização e Descolonização, publicações D. Quixote, Lisboa, 1975
- Portugal: quelle révolution? Entretiens avec Dominique Pouchin, Calman-Lévy, Paris, 1976; traduzido em português em 1976 ; em alemão, 1976; em italiano, 1976 e em espanhol, Caracas, 1976.
- PS, fronteira da Liberdade – do Gonçalvismo às eleições intercalares, prefácio e selecção de Alfredo Barroso, Lisboa, 1974
- A árvore e a floresta , Lisboa, 1985
- Intervenções, dez volumes: textos do Presidente da República, Março de 1986 a Março de 1996, Lisboa, Imprensa Nacional.
- Mário Soares e Fernando Henrique Cardoso: o mundo em português - um diálogo, publicado em Lisboa e em São Paulo em 1998 e traduzido em espanhol, México, e em romeno, 2000.
- Português e Europeu , Círculo de Leitores, Temas e Debates, Lisboa 2000
- Porto Alegre e Nova Iorque: um mundo dividido?, Lisboa, 2002
- Mémoire Vivante - Mário Soares - Entretien, Flammarion, 2002
- Mário Soares - Memória Viva, com prefácio e anexos inéditos exclusivos para a edição portuguesa, Edições Quasi, Janeiro 2003
- Incursões Literárias, Temas e Debates, 2003
- Um Mundo Inquietante, Temas e Debates, 2003
- Um Mundo Inquietante, Círculo de Leitores, 2003
- Mário Soares e Sérgio Sousa Pinto - Diálogo de Gerações , Temas e Debates, 2004
- Poemas da Minha Vida, Público, 2004
- A Crise. E agora?, Temas e Debates, 2005
wikipédia
Sem comentários:
Enviar um comentário