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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Maioria do parlamento contra fim
dos apoios públicos às touradas
Deputados do PS, PSD, PCP, CDS-PP e Chega
manifestaram-se hoje contra o fim dos apoios públicos às touradas,
durante um debate sobre cinco projetos-lei que pedem a proibição de
qualquer financiamento, direto ou indireto, a espetáculos e atividades
tauromáquicas.
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Em causa estão projetos-leis de cidadãos,
que juntou mais de 25 mil assinaturas, do Partido Ecologista “Os Verdes”
(PEV), do Bloco de Esquerda (BE), do partido Pessoas–Animais–Natureza
(PAN) e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.
No essencial, todos os diplomas defendem
que os espetáculos tauromáquicos e todas as atividades ligadas à
tauromaquia devem ficar isentas de financiamento por quaisquer entidades
públicas, nomeadamente Governo, autarquias, institutos públicos ou
empresas participadas pelo Estado.
O sofrimento animal e a controvérsia na sociedade portuguesa
relativamente aos espetáculos tauromáquicos são os principais argumentos
evocados pelos signatários dos projetos-lei.
No entanto, durante a discussão dos diplomas, os restantes partidos, à
exceção do Iniciativa Liberal que defendeu uma neutralidade do Estado
nos apoios públicos, manifestaram-se contra o fim do financiamento
público, alegando que “a tauromaquia é cultura” e que, por isso, “não
pode ser discriminada” relativamente às restantes expressões culturais.
Para a deputada social-democrata Fernanda Velez, “é falso” que a
tauromaquia esteja a ser apoiada pelo Estado, que o número de
espetadores de espetáculos tauromáquicos esteja a diminuir e que a
maioria dos portugueses seja contra as touradas.
Já o PCP, através da deputada Alma Rivera, afirmou que as tradições
culturais, como a tauromaquia, “não se extinguem por decreto e rejeitou
“qualquer tipo de proibicionismo”.
O deputado único André Ventura (Chega) defendeu que “a tauromaquia é
cultura” e apontou para os “milhares de postos de trabalho” que dependem
deste setor.
No mesmo sentido, o deputado do CDS-PP Telmo Correia sublinhou que a
tauromaquia “está profundamente enraizada no mundo rural” e considerou
que os argumentos para acabar com ela são “populistas, demagógicos e
inconstitucionais”.
A última intervenção neste debate coube à deputada do PS e antiga
autarca Maria da Luz Rosinha que defendeu o direito das autarquias
continuarem a financiar este tipo de atividade e lembrou que “o acesso
às artes deve ser igual para todos os cidadãos”, negando que a
tauromaquia esteja a ser beneficiada.
A votação destes diplomas decorre na quinta-feira.
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* A hipocrisia faz-nos comichão. Por princípio não gostamos de touradas mas somos sensíveis a alguns milhares de postos de trabalho que são financiados pela tauromaquia.
Estranhamente não nos lembramos de nenhum partido deste país reclamar pela extinção do futebol quando a violência neste desporto é centenas de vezes superior à das touradas. Lembramo-nos recentemente do ataque ao autocarro do SLB.
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