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"CORREIO DA MANHÃ"
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Dever de confinamento para as 19 freguesias em estado de calamidade. Conheça as medidas
Multas entre 100 e 5 mil euros para quem incumprir do confinamento obrigatório.
O Governo impôs o dever cívico de recolhimento nas 19 freguesias da
região de Lisboa que estão em Estado de Calamidade devido à pandemia do
coronavírus.
O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo primeiro-ministro, António
Costa, após a reunião do Conselho de Ministros. António Costa anunciou a
manutenção do Estado de Calamidade para 19 freguesias críticas dos 18
de cinco concelhos da região de Lisboa.
Entre as freguesias encontram-se seis do concelho da Amadora, quatro de
Odivelas, Santa Clara no concelho de Lisboa, e em Loures são
Sacavém-Prior Velho e Camarate, Unhos e Apelação.
Em Sintra são as uniões de freguesia de Queluz/Belas, Massamá/Monte
Abrão, Cacém/São Marcos, Agualva/Mira Sintra, Algueirão/Mem Martins e a
freguesia de Rio de Mouro.
As medidas a aplicar a estas freguesias, e que entram em vigor dia 1 de
julho, passam pelo dever cívico de recolhimento domiciliário e a
proibição de feiras e mercados de levante. Os ajuntamentos estão também
limitados a cinco pessoas.
O programa "Bairros saudáveis", anteriormente anunciado pela ministra da
Saúde, Marta Temido, e pelo primeiro-ministro, António Costa, vai
entrar em funcionamento.
As equipas da Proteção Civil, a Segurança Social e a Saúde Comunitária
vão proceder igualmente ao reforço da vigilância dos confinamentos
obrigatórios.
A Área Metropolitana de Lisboa passa a estar em estado de alerta, com o
encerramento de estabelecimentos comerciais às 20h00, com exceção de
restaurantes para serviço de refeições e take-away, super e
hipermercados até às 22h00, abastecimento de combustíveis, clínicas,
consultórios e veterinários, farmácias, funerárias e equipamentos
desportivos.
Está ainda proibida a venda de álcool nas estações de serviço e os
ajuntamentos limitados a 10 pessoas. No resto do País, os ajuntamento
têm um limite máximo de 20 pessoas.
A atual situação de calamidade aplicada a todo o território continental
termina às 23h59 do dia 28 (domingo), mas, segundo informação do Governo
disponibilizada à agência Lusa, vai ser prolongada até ao final do dia
30.
O primeiro-ministro considerou que o processo de desconfinamento em
Portugal está a ser possível num quadro de estabilidade, sem aumento
significativo de novos casos de covid-19 e sem pressão do Serviço
Nacional de Saúde (SNS).
Segundo o primeiro-ministro, a evolução registada "mostra que foi
possível" desconfinar sem um aumento significativo de novos casos e sem
qualquer pressão de procura em relação ao SNS, mantendo-se estável a
taxa de risco de transmissibilidade (Rt).
.
Dentro de 15 dias, o Governo fará novo balanço sobre o estado de controlo da pandemia em Portugal.
"Como por diversas vezes repetimos, não era imaginável que se
avançasse para o período de desconfinamento, com o consequente aumento
da mobilidade das pessoas, sem que isso implicasse necessariamente um
aumento do risco de contágio. Portanto, sempre dissemos que teríamos de
estar muito atentos em relação à evolução da situação para observar se
esse aumento de risco de contágio se tornaria algo incontrolável, ou
então se se mantinha dentro de padrões aceitáveis", justificou António
Costa.
O primeiro-ministro considerou também "importante" o critério sobre a
evolução do número de casos notificados, que estão muitas vezes
associados a surtos específicos e que "se tem mantido desde o início de
maio até hoje".
"No dia em Portugal iniciou o descofinamento tinha 11,4% de casos
positivos relativamente aos testes realizados, há 15 dias tinha quatro
por cento e hoje está com 4,8% de testes positivos. Portanto há uma
estabilidade no que respeita ao número de casos confirmados a nível
nacional", advogou.
No entanto, o Chefe do Governo sublinha que a diminuição do nível de
calamidade para alerta "não significa retomar a normalidade pré-Covid".
A nível nacional, mantêm-se as regras sobre o distanciamento físico,
assim como o uso de máscara, a lotação e horários dos espaços comerciais
e a respetiva higienização. O confinamento obrigatório mantém-se para
doentes Covid-19 e pessoas em vigilância ativa.
Ainda segundo o primeiro-ministro, outro fator "decisivo" passa por
aferir a gravidade da situação das pessoas que são testadas como
positivas - um critério que tem sobretudo em linha de conta a capacidade
de resposta do SNS.
"Se olharmos para o número de internados, verificamos que continuamos
sempre com uma tendência descendente, embora relativamente estável nas
últimas semanas. De 968 pessoas internadas no início do desconfinamento,
passou-se para 436 no dia de hoje. Tivemos uma queda continua até 07 de
junho e, desde aí, temos mantido um número estável", sustentou, antes
de aplicar idêntica conclusão aos doentes em unidades de cuidados
intensivos.
"Desceu-se de 172 para 67. Houve uma queda mais ou menos continua até
08 de junho, seguindo-se uma ligeira subida com posterior
estabilização", completou.
Por outro lado, ao nível da taxa de ocupação das camas nas unidades
de cuidados continuados, critério que classificou como "decisivo",
António Costa afirmou que "nunca foi ultrapassada a fasquia dos oitenta e
poucos por cento".
"Está hoje nos 62% de taxa de ocupação, ao mesmo tempo que se
verifica uma diminuição do número de óbitos diários. Portugal tem uma
taxa de letalidade de 3,8%, o que representa uma das mais baixas do
conjunto da União Europeia", acrescentou.
António Costa anunciou que o Estado de alerta deverá manter-se até ao fim da pandemia.
"Do estado de alerta seguramente nunca sairemos até ao final da pandemia
porque é preciso ter consciência que até haver a dita vacina e estarmos
todos vacinados ou haver um remédio eficaz temos que nos manter no
mínimo em alerta", disse o chefe de Estado.
Portugal regista esta quinta-feira mais seis mortos relacionados com a
covid-19 do que na quarta-feira e mais 311 infetados, a maioria na
Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da
Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os dados da DGS indicam 1.549 mortes relacionadas com a covid-19 e 40.415 casos confirmados desde o início da pandemia.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado o maior
número de surtos, a pandemia de covid-19 atingiu os 17.767 casos
confirmados, mais 240 do que na quarta-feira, o que corresponde a 77%
dos novos contágios.
* Temos de concordar com medidas adicionais para confrontar a insensatez da população associada à permissividade das autoridades.
A gravidade da situação é anterior à pandemia e numa vertente em que a exploração social é da responsabilidade do governo e das autarquias. Há muitas freguesias nos concelhos identificados como problemáticos com uma densidade populacional de 74 pessoas por 10 metros quadrados, o que significa 7,4 pessoas por metro quadrado, esta realidade é desumana e sórdida.
Antes de dar ordens para se passarem multas por incumprimento, governo e autarquias deviam ter muita vergonha pelas condições desumanas em que amontoam pessoas. Que exemplo dão?
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