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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Global Media questiona quando chegam as medidas anunciadas pelo Governo
O administrador da Global Media Group (GMG) Afonso Camões questionou, esta terça-feira, quando é que chegam as medidas de anunciadas pelo Governo, de compra antecipada de publicidade institucional, afirmando desconhecer os critérios da sua repartição.
Camões falava
no final de uma audiência com o Presidente da República, no segundo dia
em que o chefe de Estado está a receber os líderes dos principais
grupos de comunicação social sobre o impacto da pandemia de Covid-19 no
setor.
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"É importante perguntarmos ao
Governo quando é que chegam as medidas de apoio que foram anunciadas há
semanas", questionou o administrador da GMG, grupo que detém os títulos
Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), a rádio TSF, Dinheiro
Vivo, entre outros, o qual entrou em processo de 'lay-off' em abril,
medida que abrange 538 trabalhadores.
"Não
chegaram ainda, não só não chegaram como não sabemos sequer como é que
essas medidas se vão repartir, não sabemos [os critérios], não
conhecemos sequer o critério de repartição", insistiu o administrador.
Afonso
Camões disse ter receio que "os critérios de repartição ignorem o facto
de uma parte dos portugueses dependerem ainda da informação em papel".
"Somos
porventura o único grupo de comunicação social sem dívida e não
evitamos essa responsabilidade: sim, temos graves dificuldades de
tesouraria", disse o responsável, referindo as quebras de vendas de
jornais e revistas porque deixou de haver publicidade.
"Temos dificuldades, mas estamos a preparar-nos e estamos preparados para renascer com mais força depois disto", asseverou.
Na
quinta-feira, 30 de abril, o Governo aprovou o decreto-lei que
estabelece um regime excecional e temporário para a compra antecipada
pelo Estado de publicidade institucional, no montante de 15 milhões de
euros, para ajudar os media, no âmbito da pandemia.
Esta
medida tinha sido anunciada em 17 de abril e tem como objetivo ajudar
os media face ao impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
"Atendendo
ao imprescindível papel dos órgãos de comunicação social enquanto
fontes de informação e de esclarecimento da população, mostra-se
necessário aumentar a sua capacidade de comunicação para garantir que a
informação chega a todos os cidadãos nesta nova fase de retoma da
normalidade", lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.
"Para
isso são necessárias, mais do que nunca, ações e campanhas de
publicidade institucional do Estado, através dos órgãos de comunicação
social, com informação fidedigna", pelo que "o Governo procede à
aquisição, pelo preço máximo de 15 milhões de euros, de espaço para
difusão de publicidade institucional através de serviços de programas de
televisão e de rádio e de publicações periódicas", refere.
Daquele
montante, "75% do preço contratual será a investir em órgãos de
comunicação social de âmbito nacional e 25% a investir em órgãos de
âmbito regional e local, nos termos do disposto na lei da publicidade
institucional do Estado", adianta.
Esta
decisão "permite não só a realização de campanhas publicitárias
relacionadas com boas práticas e medidas de prevenção associadas a esta
pandemia, como minimizar a perda de receitas pelos órgãos de comunicação
social decorrente de quebra das vendas de espaço publicitário e de
circulação, criando condições para que aqueles mantenham a sua
atividade, nomeadamente a difusão de informação, conteúdos culturais e
recreativos".
A Lusa e a RTP não estão incluídas nesta compra antecipada de publicidade institucional.
Os
15 milhões de euros são "um valor bastante superior ao que estava
previsto quando se fez o Orçamento", afirmou a ministra da Cultura,
aquando do anúncio, em 17 de abril.
Na altura, a ministra tinha afirmado esperar que a medida ainda tivesse impacto em abril, o que não aconteceu.
* Os empresários das empresas de comunicação social são classe distinta dos jornalistas embora alguns deles tenham tentado sê-lo.
Antes do Covid andavam de peito enfunado defensores da total liberalização da economia, ou até da formação de grupos leoninos da comunicação, agora, pós-covid, não têm pruridos em irem ao beija-mão estatal embora rosnando, já que ladrar não é conveniente.
A verdade é que andam à pedincha, lamentamos os jornalistas pelos patrões que têm.
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