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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Portugueses gastam 250 milhões numa semana em compras de supermercado
Corrida aos supermercados subiu 14% com a epidemia. Portugueses gastaram mais 30 milhões de euros entre 24 de fevereiro e 1 de março do que em igual período do ano passado.
Os portugueses correram aos supermercados
quando surgiram os primeiros sinais de preocupação com o Covid-19, mas
foi a Sul que a corrida foi mais acelerada. Só em Lisboa, de 24 de
fevereiro a 1 de março, o efeito Covid-19 triplicou a tendência de
procura dos consumidores. Em Viana do Castelo e Braga a subida foi de
14%. Numa semana, os portugueses gastaram 250 milhões de euros para
encher o carrinho de supermercado. Mais 30 milhões do que em igual
período do ano passado, de acordo com os dados do Barómetro da Nielsen.
Em média, as vendas nos hipers e
supermercados subiram 14% entre as categorias de alimentação,
detergentes e produtos de higiene e frescos, quando desde o início do
ano a tendência se situava nos 6%, segundo os dados do barómetro semanal
da Nielsen. Depois de Lisboa (18%) são os distritos de Setúbal (16%),
Leiria (16%) e Santarém (15%) os que mais registaram subidas no seu
volume de compras. A Norte, depois de Viana do Castelo e Braga, o
distrito do Porto (13%) foi o que mais cresceu.
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“Na semana analisada inicialmente pela Nielsen, onde se notam os
primeiros impactos do Covid-19 no consumo em Portugal (semana de 24 de
fevereiro a 1 de março), as vendas nos hipers e supers em Portugal
ultrapassaram os 250 milhões de euros, representando um aumento de 14%
comparativamente com o mesmo período em 2019, que registou vendas em
valor de cerca de 220 milhões de euros”, revela Marta Teotónio Pereira,
client consultant senior da Nielsen, ao Dinheiro Vivo.
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Nessa semana o Covid-19 passou a ser uma realidade mais próxima para os
portugueses: a Organização Mundial da Saúde alertou para o risco de
pandemia, na Europa o número de casos diários registados ultrapassava os
da China e, em Portugal, a Direção-Geral da Saúde alertou as empresas
para a necessidade de planos de contingência. E os consumidores
reagiram. Na hora de encher o carrinho de supermercado as escolhas
refletiam as suas preocupações: bens alimentares, saúde e limpeza. As
vendas de conservas (+42%), produtos ricos em vitamina C (kiwi +39%,
laranja +37%, tangerina/clementina +37%) e produtos básicos (+36%)
registaram subidas significativas. As preocupações com a saúde e a
limpeza também levaram a um crescimento de vendas dos detergentes e
produtos de higiene, observável na subida das vendas nas categorias
cuidados de saúde (+40%) e acessórios de limpeza (+38%), onde estão
incluídas as luvas. E foram os hipermercados, com um sortido de oferta
mais alargado, que mais beneficiaram, com este tipo de lojas a registar
crescimentos de 20%, seguidos dos supermercados grandes (+18%) e super
mercados pequenos (+5%). Mas é expetável que, com o decorrer das
semanas, a questão da proximidade conquiste um maior dinamismo, acredita
a Nielsen.
“O comportamento dos consumidores
portugueses vai ao encontro daquele a que assistimos também noutras
geografias que se encontram a lidar com esta pandemia. A Nielsen
identificou seis etapas de adaptação a esta nova realidade: a compra
pró-ativa de produtos de saúde, a gestão reativa da saúde, a preparação
da despensa, a preparação para a quarentena, a vida com restrições, e,
finalmente, a nova normalidade”, descreve Marta Teotónio Pereira. “Neste
contexto, e de forma natural, registámos nesta primeira semana de
impactos uma preocupação acrescida dos portugueses com a saúde, o
armazenamento de produtos alimentares, o cuidado pessoal e a limpeza,
comprovada pelos crescimentos acentuados das categorias relacionadas com
estes tópicos”, refere a responsável da empresa de estudos de mercado.
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A procura que deve continuar, com a empresa a estimar que “se continuem a
registar aumentos significativos em muitas das categorias dos bens de
grande consumo, tal como temos assistido nos países cujos impactos do
Covid-19 se fizeram notar mais cedo.”
O que compraram os portugueses o ano passado?
Os últimos dois meses estão a ser atípicos,
com um gasto extraordinário das famílias nas compras do supermercado,
que dependendo se o mesmo se mantiver os próximos meses poderá ter na
fatura média final do ano dos lares nacionais com as compras de
supermercado.
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No início de 2020 o mercado estava a
crescer na ordem dos 6%, vindo de um 2019 onde em média as famílias
foram às compras 136 vezes e gastaram 2.907 euros. Globalmente, o ano
passado registou-se um crescimento de 4,8% do consumo, uma subida face
ao período homólogo em que já crescia 3,8%. Um crescimento sustentado
sobretudo pelo aumento de volumes (+3,6%), registando-se também
crescimento no efeito-preço (+1,2%), segundo o relatório Growth
Reporter, da Nielsen, a que o Dinheiro Vivo teve acesso.
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“Neste ano, assistimos a duas tendências opostas no que diz respeito aos
preços: por um lado, as marcas da distribuição conquistaram mais espaço
no mercado (35,3%), com um crescimento superior ao das marcas de
fabricante. Por outro lado, os produtos premium de valor acrescentado
mostram-se muito dinâmicos”, refere a Nielsen.
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“Os dados apresentados no Anuário de 2019 evidenciam a importância dos
principais drivers de consumo, sobre os quais temos vindo a falar ao
longo deste período. Os crescimentos significativos em categorias de
conveniência, como os congelados e desidratados, de saúde, como os
produtos com base vegetal ou de indulgência e prazer, como a confeitaria
e aperitivos, espelham aquilo que é o consumo atual”, descreve Paulo
Monteiro, client consultant manager da Nielsen.
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Só o ano passado os portugueses gastaram 849,6 milhões em congelados e
gelados, 661,1 milhões em bebidas não alcoólicas, 531,6 milhões em
queijos e 466,7 milhões em vinhos.
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Mas não só. “Os portugueses mostraram-se,
durante o ano de 2019, mais preocupados com a saúde e o bem-estar
daqueles que lhes estão mais próximos, quer no que diz respeito a si
próprios e às suas famílias, como demonstra o crescimento entre
segmentos na área da alimentação saudável e da higiene pessoal, mas
também dos seus animais de estimação, levando ao crescimento de alguns
segmentos na área da Pet Food”, refere Paulo Monteiro.
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Nos canais de retalho, no setor alimentar, assistimos a crescimentos
significativos nas categorias de pet food (+7%); produtos com base
vegetal (+7%) – onde se incluem as bebidas vegetais; confeitaria e
aperitivos (+7%); congelados e gelados (+6%); desidratados (+6%) e
bebidas quentes (+5%), revela o estudo da Nielsen.
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Já na categoria de higiene pessoal, os mercados de papel higiénico (126
milhões de euros), champôs (90 milhões) e dentífricos (73 milhões) são
os de maior dimensão em 2019. Relativamente à área de Higiene do Lar, o
mercado de detergentes de máquina de roupa domina (182 milhões), com
valores expressivos comparativamente às restantes categorias.
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“No total do ano, assistiu-se a um crescimento tanto em volume, que
demonstra um cenário muito positivo do consumo em Portugal, como em
efeito-preço, concluindo-se que, para além de comprarem mais, os
consumidores procuram produtos de valor acrescentado e que lhes tragam
algum tipo de benefício, seja ele qual for, mesmo que a preços mais
elevados”, diz Paulo Monteiro.
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Fora do lar, no canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés), o sector
das bebidas tem um crescimento de 14%, enquanto nos canais de retalho o
crescimento foi de 6%.
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Destaca-se no consumo fora de casa o mercado de
cervejas, com um crescimento de 14%. São a categoria mais relevante no
sector das bebidas, totalizando 1,238 milhões de euros. Destaque para os
cafés torrados, que atingiram em 2019 o valor de 436 milhões de euros.
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“Com maior confiança e valorização do seu tempo de lazer, os
consumidores portugueses mostraram-se, em 2019, muito disponíveis para o
consumo fora do lar. Os canais Horeca ganham cada vez maior importância
na vida e no consumo de um shopper, que procura, acima de produtos,
experiências gratificantes”, explica Paulo Monteiro, client consultant
manager da Nielsen.
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No que diz respeito ao setor de Drug, 2019 fica marcado pelos
comportamentos positivos tanto em limpeza caseira como em higiene
pessoal. No sector da higiene pessoal, destacam-se os produtos de
Higiene Oral (+6%), Higiene e Beleza (+5%) e Derivados de Papel (+5%).
No da limpeza caseira, todos os mercados cresceram, sendo que os mais
positivos foram a limpeza e manutenção da casa (+8%), os acessórios de
limpeza e conservação (+5%) e a desodorização e desinfestação do lar
(+5%). A lavagem e tratamento da roupa continua a ser o mercado mais
importante e apresenta um dinamismo de 5%.
* Depois da alarvidade do açambarcamento já vimos quilos de pão junto a caixotes de lixo.
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