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HOJE NO
"OBSERVADOR"
“Não matem”, apela Jerónimo de Sousa.
.PCP não quer referendo sobre eutanásia
.PCP não quer referendo sobre eutanásia
Jerónimo de Sousa disse “não” por duas vezes, contra o referendo e a eutanásia, ou morte assistida, que estará em debate dentro de uma semana no parlamento. "Não matem", apelou o líder do PCP.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse esta quinta-feira
“não” por duas vezes, contra o referendo e a eutanásia, ou morte
assistida, que estará em debate dentro de uma semana no parlamento, e
fez um apelo: “não matem”.
Não matem. Procurem que esse princípio do prolongamento da vida humana se concretize também na nossa pátria”, afirmou Jerónimo de Sousa em declarações aos jornalistas, à margem de um encontro com a organização AMAlentejo, de defesa do desenvolvimento e da regionalização.
Para Jerónimo de Sousa, o debate em torno deste tema “grande
sensibilidade e complexidade” não é entre “o preto ou branco” nem deve
basear-se em divisões entre crentes e não crentes ou “conceitos
jurídicos e constitucionais”.
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“Estamos a falar do direito a uma vida digna e de ser acompanhada,
em que o Estado tem responsabilidades. Não [pode] descartar-se, é o
Estado assumir as responsabilidades para, através de mecanismos que
existem e serviços públicos, garantir que as pessoas não tenham o
sofrimento que conduza a essa decisão de acabar com a vida”, afirmou.
E foi esta a resposta do secretário-geral dos comunistas à questão de
saber se a aprovação de uma lei para despenalizar a eutanásia coloca
alguma questão de constitucionalidade.
O líder comunista afirmou
que o posicionamento do seu partido nesta questão é fundamentando, “sem
dramatizações nem crispações” dado estar a falar-se de “um assunto tão
sensível como a vida e a morte”.
“É preciso salvaguardar esta ideia dos avanços da civilização humana,
em que o objetivo do prolongamento da vida foi sempre uma questão
central” e criticou posições que podem levar a um “retroceder no plano
das leis e administrativo”
Para Jerónimo de Sousa, “o Estado não
pode procurar, só porque tem dificuldades em termos de aplicação” das
normas e eventualmente falta de meios que “garantem a vida humana com
dignidade, se transforma noutra coisa”.
“O Estado não pode aliviar as [suas] responsabilidades com um ato administrativo”, insistiu ainda.
A Assembleia da República debate em 20 de fevereiro cinco projetos de
lei para a despenalização da morte assistida, do BE, PS, PAN, PEV e
Iniciativa Liberal, que preveem essa possibilidade sob várias condições.
Em
2018, o parlamento debateu projetos de despenalização da eutanásia,
apresentados pelo PS, BE, PAN e Verdes, mas foram todos chumbados, numa
votação nominal dos deputados, um a um, e em que os dois maiores
partidos, PS e PSD, deram liberdade de voto.
A duas semanas do
debate parlamentar, um grupo de cidadãos iniciou uma recolha de
assinaturas para realização de um referendo sobre a matéria, que tem o
apoio da Igreja Católica. Dos partidos com representação parlamentar,
apenas o CDS-PP e o Chega apoiam a ideia, assim como vários dirigentes
do PSD.
* Desejamos a Jerónimo de Sousa uma muito digna e prolongada agonia plena de dores físicas e emocionais como é o seu desejo, só lhe falta ir rezar na urbanização da Cova da Iria.
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