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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Chega ameaça cortar relações com
o Vox por mapa que anexa Portugal
André Ventura exige que Santiago Abascal se "retrate" pelo mapa do Vox em que o território português surge anexado a Espanha, caso contrário ameaça cortar relações com o partido da extrema-direita espanhola. O líder do Chega antecipa desde já que se Abascal der "explicações" sobre o sucedido o partido português não colocará em causa a "boa relação" com o Vox.
O Chega exige que o Vox se retrate pelo mapa em que o partido da
extrema-direita espanhola convoca uma manifestação contra movimentos
independentistas com uma imagem de fundo em que surge a Península
Ibérica com o território português anexado a Espanha.
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Em
comunicado enviado às redações, o partido português de direita radical
começa por adiantar que, no próximo sábado, André Ventura estará reunido
com Santiago Abascal, líder do Vox, num encontro que decorrerá nas
Caldas da Rainha.
"André Ventura irá exigir ao dirigente
espanhol que o seu partido se retrate pelo mapa que foi divulgado
recentemente pelo Vox e que anula a presença de Portugal na Península
Ibérica e coloca Espanha a dominar todo o território ibérico",
acrescenta a nota.
Além
de exigir uma "correção pública deste erro", o Chega avisa que "irá
ainda exigir que tal equívoco não se volte a repetir, sob pena de as
relações entre Portugal e Espanha, tão prezadas por ambos os países,
poderem sair prejudicadas".
Já em declarações ao Negócios,
o líder e deputado único do Chega, André Ventura, nota que nesta fase
"está tudo em cima da mesa", incluindo um corte de relações no caso de o
Vox e respetivo líder não pedirem publicamente desculpas pelo sucedido.
Ventura avisa que as "relações podem ficar muito deterioradas" e que o
Chega poderá mesmo propor, no Parlamento, a aprovação de votos
condenatórios da ação do Vox.
No entanto, mesmo sem
conhecer o teor das hipotéticas justificações que venham a ser dadas,
André Ventura antecipa desde já que se o Vox der "explicações" para o
sucedido, o Chega tomará "por boas as desculpas e explicações" e não irá
pôr em causa a "boa relação" com o partido.
O Negócios
tentou ainda esclarecer o significado da expressão "sob pena de as
relações entre Portugal e Espanha, tão prezadas por ambos os países,
poderem sair prejudicadas", utilizada para antecipar as consequências de
um eventual não pedido de desculpas. É que nem Ventura nem Abascal, nem
o Chega ou o Vox, detêm capacidade para determinar o rumo das relações
bilaterais Lisboa-Madrid, prerrogativa a cargo dos primeiros-ministros e
ministros dos Negócios Estrangeiros de ambos os países.
Por
sinal, o primeiro-ministro português, António Costa, mantém relações
próximas com o chefe do governo espanhol em exercício, Pedro Sánchez,
que esta terça-feira deverá ser investido como primeiro-ministro em
plenitude de funções.
"A avaliação não é só partidária.
Grande parte do povo português ficou indignada, e bem, com aquele mapa.
Caso o Vox volte a ter atitudes destas, sendo um dos partidos mais
expressivos da democracia espanhola, as relações entre os dois países, e
referimo-nos essencialmente aos povos dos dois países, podem sair
prejudicadas", explica o líder do Chega.
Depois de em
junho do ano passado ter dito que no mês seguinte iria reunir-se com o
Vox, dado tratar-se de um partido com a "coerência e a firmeza dos
valores, que não negoceia nem vende, não cede naquilo em que acredita",
André Ventura reconheceu, em outubro último, ligações à força que entrou
de rompante na política espanhola.
E após as eleições
gerais espanholas de 10 de outubro em que o Vox ascendeu a terceira
maior força, Ventura fez questão de saudar o resultado do partido de
Abascal.
* Estranho que o "Chega" seja o único partido com representação parlamentar que se insurge contra o Vox.
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