.
.
HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Marcelo: avançar já com regionalização
."pode ser erro irreversível"
."pode ser erro irreversível"
O Presidente da República avisou esta sexta-feira que começar já a pensar na regionalização para avançar em 2022 é "colocar o carro à frente dos bois" e pode ser "um erro irreversível", até para quem defende o processo.
"Colocar o carro à frente dos bois, ou querer dar o passo mais largo
do que a perna, pode ser um erro irreversível. Pode querer dizer chegar
ao fim do caminho sem garantia da sua viabilização [da regionalização]
pelo incumprimento de fases precedentes", afirmou Marcelo Rebelo de
Sousa, na sessão de abertura do XXIV congresso da Associação Nacional de
Municípios Portugueses (ANMP), que se realiza esta sexta-feira e no
sábado em Vila Real.
.
O chefe de Estado lembrou que, na campanha
das legislativas, não surgiram "propostas firmes de revisão da
Constituição" que suportem a realização de um referendo, que não foram
apresentadas "posições" concretas sobre a regionalização e alertou para a
necessidade de aprofundar a descentralização, que "avançou na lei, mas
falta chegar às pessoas". "Não posso ter sido mais claro.
Num tema que
requer razão e ponderação, Portugal precisa de combater a pobreza e as
desigualdades, nomeadamente territoriais. Mas precisa de o fazer com
principio, meio e fim", alertou.
Para Marcelo, tal significa por
"no terreno, em plenitude, a descentralização, que avançou na lei, mas
tem de chegar à vida das pessoas".
Implica ainda, acrescentou, que se mostre que o processo está a dar
"os passos certos, fazendo permanentemente a sua monotorização e, no
final, um balanço isento do processo vivido".
"Aprofundemos a
descentralização. Encontremos os meios adequados para agir, senão é meia
descentralização. Definamos a seguir - mas só a seguir - os passos a
dar para o futuro. Assim podemos ter a certeza de chegar a um bom porto
com a vontade popular, e não à margem e contra a vontade popular",
defendeu.
O Presidente da República notou que a descentralização
de competências do Estado para as autarquias começou "no fim da anterior
legislatura" e apenas "na lei e na sua regulamentação, não nos factos".
De
acordo com Marcelo, "está por concretizar uma parte do alcance desejado
para a descentralização". "Avançar em 2021 para deixar tudo pronto para
2022, após as eleições autárquicas, pode ser uma tese sedutora - define
metas, quer atalhar etapas e encurtar caminho. Mas deixem-me que vos
alerte para alguns aspetos", observou.
Marcelo recordou depois que "as [eleições] legislativas deste ano não
incluíram posições concretas sobre o passo específico da
Regionalização" e que "vivemos tempos de desaceleração da economia que
podem chegar a nós de forma mais intensa".
"Um referendo realizado a
correr seria um presente dado a coligações amplas de adversários da
ideia [da regionalização] com os não menos numerosos adversários do
método, comprometendo até os que os mais apressados querem assegurar",
disse.
Para o chefe de Estado, "não basta que autarcas de forma
massiva considerem que a meta almejada e o tempo abreviado são, por si
só, justificados".
* Portugal tem 308 municípios dos quais só provavelmente 25 têm mais de 100 mil habitantes, querem regionalizar o quê? Criar mais cadeiras para burocratas sem nada para fazer a não ser organizar lobies para lixar o tuga, eis a resposta.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário