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HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Fisco apanha 82 milhões de euros
com troca de dados
A troca de informações entre os países permitiu ao Fisco detetar 26 mil contribuintes com rendimentos no estrangeiro não declarados. Notificados, seis mil tomaram a iniciativa de declarar um total de 82 milhões de euros.
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) detetou, através das trocas de
informação com outros países, um total de 82 milhões de euros em
rendimentos no estrangeiro não declarados.
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Os
dados foram avançados ao Negócios pelo secretário de Estado dos
Assuntos Fiscais nesta terça-feira, 26 de novembro. António Mendonça
Mendes esteve hoje em Paris, no 10.º Fórum Global de Transparência e
Troca de Informações Fiscais da OCDE, para apresentar o caso português.
Segundo Mendonça Mendes, Portugal é considerado um bom exemplo na medida
em que cumpre todos os tratados internacionais de transparência fiscal,
nomeadamente o acordo para a Troca Automática de Informações de Contas
Financeiras que data de 2016. E os resultados começam a chegar, para já
só em relação ao ano de 2016: estas ferramentas permitiram que o Fisco
detetasse 26 mil contribuintes em Portugal sem rendimentos declarados no
estrangeiro a quem as matrizes de análise apontavam um perfil de risco.
Esses
contribuintes foram notificados pela Autoridade Tributárias e seis mil
(ou seja quase um quarto) vieram declarar de imediato os rendimentos que
totalizaram 82 milhões de euros. Os restantes contribuintes não
saíram da mira do Fisco, com os processos a correr os trâmites normais
nestas situações.
Além disso, o Fisco conseguiu identificar, em
Portugal dezenas de contribuintes com rendimentos em paraísos fiscais.
Foram também apurados rendimentos não declarados em Portugal no valor de
36 milhões de euros, adiantou o governante ao Negócios.
Recorde-se
que a não declaração de rendimentos constitui uma irregularidade, mas
não significa necessariamente que tenha existido fraude fiscal, pelo que
não se pode concluir que serão recuperados impostos relativos a todos
estes rendimentos.
Os dados dizem respeito a 2016 e, segundo
Mendonça Mendes, as Finanças estão a apurar os dados de 2017 e de 2018.
Além disso, existem vários projetos piloto em curso, através dos quais a
Autoridade Tributária vai procurando potenciar os resultados da
utilização destes dados ao mesmo tempo que assegura que os direitos e
privacidade dos contribuintes são respeitados.
"A relação de
confidencialidade com os contribuintes é essencial para os cidadãos
aceitarem confiar os seus dados na Autoridade Tributária. É obrigado dos
Estados assegurar o bom uso desta informação", sublinhou o secretário
de Estado dos Assuntos Fiscais.
* De que está o fisco à espera para notificar os 20 mil que faltam?
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