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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Risco de pobreza sobe quase 2%
para a população desempregada
Desempregados continuam a ter maior risco de pobreza, tendo aumentado quase 2% em 2018. Há mais de dois milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social em 2019.
Sem surpresas, a população desempregada — apesar de estar a diminuir —
continua a ser o grupo com maior risco de pobreza ou exclusão social.
Segundo os dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento,
realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2018 47,5%
da população desempregada corria risco enquanto em 2017 a percentagem se
tinha fixado nos 45,7%.
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Em 2018, o risco de pobreza para os reformados baixou, ao contrário do
que aconteceu com os empregados e desempregados que viram o risco de
pobreza aumentar em 1,1% e 1,8% respetivamente. Em Portugal ainda 2,2115
milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, ou seja, com
rendimentos inferiores a 6.014 euros anuais (501 euros por mês, mais
34 euros que no ano anterior). No geral, o risco de pobreza e exclusão
social apenas desceu 0,1% entre 2017 e 2018, passando dos 17,3% aos
17,2%, mantendo-se praticamente igual.
Apesar da variação ser pouco expressiva (inferior a 1%), as crianças e jovens foram as que viram as suas condições melhorar em 2018, com o risco de pobreza a reduzir dos 19% em 2017 para 18,5% em 2018 e os reformados com o risco de pobreza a descer 0,4% dos 17,7% para os 17,3%.
“Apesar
da redução do risco de pobreza infantil, em 2018 a presença das
crianças num agregado familiar continuava a estar associada a um risco
de pobreza acrescido, sobretudo no caso dos agregados constituídos por
um adulto com pelo menos uma criança dependente (33,9%) e naqueles
constituídos por dois adultos com três ou mais crianças dependentes
(30,2%”), pode ler-se no relatório do INE.
A Área Metropolitana de Lisboa continua a ser a única no país
(quando analisadas as NUTSII: Norte, Centro, Algarve, Alentejo, Área
Metropolitana de Lisboa e regiões autónomas da Madeira e Açores) abaixo
do risco de pobreza que, em 2018, se fixou nos 17,2%. Pelo contrário, as regiões autónomas dos Açores e da Madeira registam taxas bastante superiores ao valor nacional (31,8% e 27,8%).
Na população empregada, o risco de pobreza aumentou, situando-se nos
10,8% em 2018, mais 1,1% do que no ano anterior. Em 2018, também baixou o
risco de pobreza para as mulheres em 0,1% relativamente a 2017, de
17,9% para 17,8%, não sofrendo qualquer alteração nos homens (16,6%).
O
INE nota ainda que, caso se considerassem apenas os “rendimentos do
trabalho, de capital e transferências privadas”, 43,4% da população em
Portugal estaria em risco de pobreza em 2018, tendo os rendimentos
provenientes de pensões de reforma e sobrevivência contribuído, em 2018,
para um decréscimo de 20,7% no risco de pobreza.
Em declarações à
Rádio Observador, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social, Ana Mendes Godinho, indicou que, “desde 2015, 550 mil pessoas
saíram do risco de pobreza ou exclusão social”. Apesar disso, a ministra
diz que ainda há muito a fazer.
“A descida da taxa nos últimos
quatro anos resultou de alguma capacidade de implementação de políticas
públicas de reforço de proteção social”, explicou Mendes Godinho,
referindo-se ao “reforço do Complemento Solidário para Idosos (CSI),
valorização das pensões e aumento do abono de família”.
A ministra
do Trabalho preferiu não revelar que medidas estão previstas no
Orçamento de Estado para 2020 sobre este tema, mas garante ainda que o
Governo está a trabalhar para “assumir um compromisso na missão comum
que é o combate à pobreza”.
* Entretanto o governo mete mais dinheiro em bancos de gestão duvidosa.
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