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No
Pátio da Galé, em Lisboa, emoldurado por uma plateia muito juvenil, com
alguns notáveis do partido, muitos dirigentes da distrital de Lisboa e
Setúbal, e quatro atuais deputados, Miguel Pinto Luz, não falou nos
nomes de Rui Rio ou Luís Montenegro, mas assegurou que se vencer as
diretas não só não irá ver os críticos internos como adversários, como
apostará numa renovação geracional. Mais: disse que nunca foi um "boy"
do partido, ao contrário de quem usa o PSD por "protagonismos e
estatuto".
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Pinto Luz defende um PSD que não
seja "feito sempre pelos mesmos"
Miguel
Pinto Luz assumiu que entra na corrida pela liderança do PSD para
devolver o partido às vitórias, criticando a atual liderança por ver nos
críticos internos meros adversários e lutar por "lugares intermédios"
na liga nacional da política. O autarca de Cascais garante que vem para
unir e fazer diferente, com novos protagonistas que substituam as caras
de "sempre" e quem "não gosta" do PSD.
É
o terceiro candidato a apresentar formalmente a sua candidatura à
presidência da São Caetano à Lapa e acredita que é chave da mudança no
partido, em relação ao qual diz estar num estado "preocupante", por ter
um líder - Rui Rio - "que não gosta do PSD".
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NO BOY |
"Quero um PSD que lute contra os nossos
adversários políticos. Sei que os nossos adversários estão fora de
portas, não estão cá dentro", disse Pinto Luz, que discursou lendo de
dois telepontos, no meio de duas meias luas laranjas para cerca de 200
pessoas.
Segundo o vice-presidente da
Câmara de Cascais, há que apostar em novos dirigentes, com ideias
frescas, por isso entra na corrida à São Caetano Lapa: "Não discuto
idades, nem gerações dos protagonistas, um partido não é feito só de
mais novos ou de mais velhos, é feito com todos, não pode é ser feito
sempre com os mesmos".
Sob o lema "O
futuro diz presente", garantiu que tem "vontade, a energia e a ambição
de liderar o PSD, de ganhar as próximas eleições autárquicas e
naturalmente reconquistar a confiança dos portugueses para liderar o
Governo". "Quero contar com os que estão comigo e com os meus
adversários para a construção dessas vitórias. Não ignoro que o caminho é
difícil, longo e repleto de obstáculos. Mas não me resigno perante as
dificuldades", argumentou, num discurso em que se pode dividir em quatro
atos - o retrato atual do partido, um apelo à memória social-democrata,
críticas à gestão socialista e, por fim, o que pretende aportar à
presidência após 11 de janeiro de 2020.
Rio lidera PSD "sem ambição"
"Estou
entre aqueles que não se resignam perante um PSD destituído de ambição,
um PSD que apenas disputa lugares intermédios da primeira liga da
política. Pelo contrário, ambiciono um partido como antes o conheci:
vencedor, relevante, dinâmico, inovador, e mobilizador", disse, logo no
início, quando alertou para o facto de ser "preocupante o estado atual"
do partido.
Com dirigentes nas
primeiras filas, como José Eduardo Martins, Ângelo Pereira, Mauro
Xavier, históricos como Mira Amaral e José Amaral Lopes, e os deputados
Alexandre Poço, Ana Miguel Santos, Carlos Silva e Sandra Pereira, o
candidato mais jovem na corrida à presidência acusou Rio - sem nunca
referir o seu nome - de não ter como prioridade o partido.
"Quando
se gosta do PSD, não se diminui o partido, concelhia a concelhia,
distrital a distrital, apenas para se ter o partido que se quer. Quem
não gosta deste PSD, dê lugar a quem goste e queira lutar por Portugal",
atirou.
Inverter declínio laranja
Pinto
Luz alertou que "desde as legislativas de 2002, o PSD tem ficado abaixo
dos 40%". "Em 17 anos, baixámos mais de 12 pontos percentuais. No mês
passado, nem 28% obtivemos", admitiu, acrescentando os motivos para tal.
"Porque tem perdido influência na sociedade, deixou de inspirar as
camadas mais dinâmicas, deixou - no plano económico, empresarial,
cultural e científico - de agregar os sectores mais criativos",
explicou, destacando Cavaco Silva e Passos Coelho como exemplos de uma
liderança de sucesso.
É por esse
passado de vitórias que apontou baterias a "um PSD obsessivo virado para
a querela interna, que procura silenciar as vozes críticas", e garantiu
que, se vencer, será uma "oposiçao de confiança".
(Ligeiro) corte na carga fiscal para as famílias
Quanto
a propostas para o país, Pinto Luz pouco revelou, tendo defendido um
"novo contrato social no qual o sector público e privado possam ser
parceiros ao serviço das nossas famílias, e representem a escolha de
qualidade que os portugueses merecem".
Apelou
também a uma "simplificação do nosso sistema fiscal, tornando-o também
mais previsível, mais amigo dos empreendedores, dos empresários, de quem
gera riqueza, emprego e bem-estar". "Há também que aligeirar a carga
fiscal que incide sobre as famílias portuguesas", disse, após ter dito
que "António Costa aceita serviços públicos em estado de colapso, da
segurança, aos transportes, da justiça, a educação, passando pela
saúde". "António Costa gerou dívidas astronómicas do Estado às
empresas", acusou.
O autarca de Cascais
é o terceiro a apresentar a candidatura à presidência do partido,
depois de Rui Rio já o ter feito, a 21 de outubro, e Luís Montenegro, a
10 de novembro - ainda que o ex-líder parlamentar do PSD um mês antes
tenha anunciado, numa entrevista na SIC, que ia entrar na corrida.
* Dos três candidatos só um é diferente, chama-se Rui Rio.
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