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* Economista e CEO da Blue
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
07/10/19
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Portugal: X-Factor
Portugal foi a eleições este Domingo e a vitória do atual partido em governo – PS - aconteceu sem surpresas e sem maioria absoluta.
O fenómeno da bipolarização politica que se verificou no arranque
deste período eleitoral na Região Autónoma da Madeira repete-se com a
concentração do voto eleitoral nos dois maiores partidos – PS e PSD –
com mais de 60%.
No entanto
alguns apontamentos de diferenças face ao esperado e face à recente
evolução do contexto politico nacional e regional:
- CDS com o prior resultado da noite e com a saída honrosa da sua líder partidária
- Dois independentes conquistam assento parlamentar pela primeira vez na história politica nacional: Iniciativa Liberal e PAN
No entanto, o resultado da noite eleitoral não muda nem a liderança
dos destinos do país nem o contexto dos próximos quatro anos que para
quem formar governo terá uma responsabilidade de peso provavelmente
histórica.
Quem o diz e bem é o próprio Presidente da Republica Marcelo Rebelo de Sousa.
Também
Rui Rio o disse na noite de ontem colocando-se à disposição do pais e
do seu partido para participar, talvez não para liderar.
Porque é tão relevante o contexto dos próximos quatro anos?
- Economia global encontra-se no inicio de um período de desaceleração económica e com enormes desafios;
- O nível de endividamento das maiores economias mundiais encontra-se em níveis máximos;
- As politicas monetárias acomodatícias com programas expansionistas a todos os níveis praticados pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela Reserva Federal Norte Americana (FED) apenas conseguem ir sustentando o que talvez não seja sustentável..
- Demographics – uma Geração Z pela frente cujo modelo de crescimento económico e liderança politica são totalmente novos e desconhecidos. São a primeira geração de nativos digitais com uma forma de olhar e criar o futuro e o mundo muito diferente do passado.
O que poderá significar este enquadramento para Portugal?
- Reformas urgentes no aparelho estado;
- Credibilidade garantida face ao seus atuais credores e agencias de rating do país;
- Relançamento do crescimento económico real;
Aqui surge provavelmente aquele que foi o X-Factor destas legislativas – Centeno.
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Portugal
e os investidores internacionais estarão centrados no que Centeno desta
vez terá que entregar. Uma subida do rating do país para nível igual a
Espanha – A – este foi o ultimo desejo partilhado por Mario Centeno em
vésperas de eleições.
O desafio para os próximos quatro anos é significativamente diferente e patamar de sucesso mais alto.
Centeno
entrega a Centeno um Portugal com níveis de taxa de juros em mínimos
históricos e recebe de Centeno um Portugal com crescimento abaixo de
Espanha e com nível de endividamento ainda próximo dos 120%.
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O equilíbrio governativo será possivelmente mais fácil para Centeno, o X-Factor de António Costa, junto dos independentes.
O desafio é suficientemente decisivo e bem descrito no apelo ao voto feito por Marcelo Rebelo de Sousa.
(...)
O reconhecimento duma posição politica corresponde ao inegável direito
de cada uma das pessoas e ao imperativo da sociedade que elas formam , Francisco Sá Carneiro – 26-11-1973, (Capitulo II – Intervenções politicas – Entrevista ao ‘’Jornal da Republica’’).
* Economista e CEO da Blue
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
07/10/19
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