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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Luís Montenegro assume candidatura
à liderança do PSD
Antigo líder parlamentar dos sociais-democratas já tinha desafiado Rui Rio para eleições diretas em janeiro.
O antigo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, anunciou esta
quarta-feira a candidatura à presidência do partido social-democrata e
desafiou o atual presidente, Rui Rio. O antigo deputado do PSD, que
em janeiro já tinha desafiado Rui Rio para eleições diretas que não
passaram no Conselho Nacional do partido, fez o anúncio numa entrevista à
SIC.
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Esta terça-feira, o jornal Público já havia
indicado que Montenegro estava a recolher apoios através de escolhas
para as autárquicas de 2021 e que estaria agendado um jantar para o dia
12 de outubro, em Espinho, que serviria de arranque da candidatura à
liderança do PSD.
NO CÉU CINZENTO... |
O jantar acontecerá para celebrar o 10.º aniversário da conquista da autarquia de Espinho pelo PSD e contará com 600 convidados.
Pelo menos quatro líderes de distritais manifestaram-se contra Rui Rio.
Bruno Vitorino, líder da distrital de Setúbal, diz ter sentido
"vergonha" ao ouvir o discurso de "quase vitória" de Rio ao Público.
Carlos Morais, líder da distrital de Viana do Castelo, Rui Rocha, líder
da distrital de Leiria e João Moura, líder da distrital de Santarém,
também se manifestaram contra Rio.
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Montenegro avança depois de ter ponderado em 2017 e de ter desafiado Rio em janeiro
O
antigo líder parlamentar Luís Montenegro anunciou hoje que será
candidato à presidência do PSD, um cenário que ponderou em 2017 e que
queria ter protagonizado em janeiro passado, mas que foi travado pela
direção.
Há dois anos, quando o anterior líder Pedro Passos Coelho anunciou que
se não se recandidataria na sequência do mau resultado nas autárquicas,
Luís Montenegro fez uma "reflexão profunda" e acabou por concluir que
não estavam reunidas as condições para avançar "por razões pessoais e
políticas" e a presidência do PSD acabou por ser disputada entre Santana
Lopes e Rui Rio.
Um mês depois, no Congresso de aclamação de Rio, Montenegro deixou um
aviso de que poderia vir a disputar-lhe a liderança: "Conhecem a minha
convicção e a minha determinação, se for preciso estar cá, eu cá
estarei, para o que der e vier (...) Desta vez decidi não, se algum dia
entender dizer sim, já sabem que não vou pedir licença a ninguém".
Tal como anunciou nesse Congresso, Luís Montenegro deixaria o parlamento
em abril do ano passado, 16 anos depois de tomar posse como deputado, e
foi expressando pontualmente as suas divergências com a direção de Rui
Rio.
Em outubro de 2018, ajudou a 'travar' a realização de um congresso
extraordinário, promovido por André Ventura - que, entretanto, abandonou
o PSD e fundou o Chega - mas a tensão interna abaria por 'explodir' em
janeiro.
Em 11 de janeiro, Luís Montenegro desafiou Rui Rio a convocar eleições
antecipadas no PSD, dizendo que não se resignava "a um PSD pequeno,
perdedor, irrelevante, sem importância política e relevância
estratégica".
O presidente do PSD não aceitou o repto para marcar diretas um ano antes
do previsto, mas levou a votos uma moção de confiança à sua direção,
que foi aprovada em Conselho Nacional com 60% dos votos.
Na sequência dessa derrota, Montenegro defendeu que o seu desafio de
clarificação "acordou um gigante adormecido" que é o PSD, e prometeu
reserva pública nos meses seguintes quanto às divergências em relação a
Rui Rio.
Desde então, o antigo líder parlamentar esteve praticamente em silêncio,
aparecendo ao lado do cabeça de lista Paulo Rangel na campanha para as
europeias, em que centrou as críticas no Governo, e na pré-campanha para
as legislativas, em Lamego (Viseu), para "ajudar" a contrariar o que
eram as sondagens negativas para o PSD.
Depois do Conselho Nacional de janeiro, terminou as suas colaborações
regulares com órgãos de comunicação social e, segundo noticiou o
Expresso, frequentou no verão um programa de gestão avançada para
executivos e líderes do Instituto Europeu para Administração de Empresas
em França.
Com eleições diretas previstas para janeiro, se o calendário não for
alterado, Luís Montenegro é o primeiro candidato assumido à liderança do
PSD, já que Rui Rio afirmou na noite eleitoral das legislativas -- em
que o PSD obteve 27,9% e para já 77 deputados -- que iria "ponderar" com
serenidade a sua continuidade.
Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves, 46 anos, e advogado de
profissão, destacou-se como deputado -- sempre eleito por Aveiro - e
líder parlamentar do PSD, cargo que exerceu entre junho de 2011 e julho
de 2017.
Montenegro estreou-se no parlamento aos 29 anos, em 2002, quando Durão
Barroso era presidente do PSD e primeiro-ministro, depois de ter
iniciado uma carreira política que começou na JSD e passou pela Câmara
Municipal de Espinho, onde foi vereador.
Nas autárquicas de 2005, candidatou-se a presidente do município, mas foi derrotado por José Mota, do PS.
Nas disputas internas no PSD, Luís Montenegro foi tendo opções
diferentes: nas diretas de 2007, entre Luís Marques Mendes e Luís Filipe
Menezes, foi mandatário distrital do ex-autarca de Gaia; um ano depois,
assumiu o lugar de porta-voz da candidatura à liderança de Pedro
Santana Lopes, contra Manuela Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho; já
em 2010 apoiou Passos Coelho, contra Paulo Rangel e José Pedro
Aguiar-Branco; nas últimas, em 2018, apoiou Santana Lopes contra Rui Rio
já na reta final da campanha interna.
Montenegro foi apoiante da candidatura do atual Presidente da República,
e Marcelo Rebelo de Sousa já retribuiu quando lhe entregou, no início
do seu mandato, a medalha de ouro de Espinho: na ocasião, elogiou as
suas "qualidades invulgares" e vaticinou-lhe "muitos sucessos políticos"
ainda ao longo do seu mandato em Belém, que só termina em 2021.
A sua alegada pertença à mesma loja maçónica do ex-diretor dos serviços
de informação Jorge Silva Carvalho -- que, na altura, não confirmou nem
desmentiu --, e as faltas parlamentares para assistir a jogos do FC
Porto, clube do qual é adepto, e da seleção nacional foram algumas das
polémicas que viveu na Assembleia da República.
Em junho do ano passado, foi noticiado que Luís Montenegro iria ser
constituído arguido -- a par dos então deputados Hugo Soares e Luís
Campos Ferreira - pelo alegado crime de recebimento indevido de vantagem
no caso das viagens do Euro 2016, por parte do Departamento de
Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, tendo negado então a prática
de qualquer crime e garantido que essas viagens foram pagas a expensas
próprias.
* Eles comem tudo, eles comem tudo...
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