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HOJE NO
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ONU declara que Portugal deve
garantir que pobreza nunca é motivo
para retirar um filho à família
O documento foi lançado quinta-feira pelo comité das Nações Unidas para os Direitos das Crianças.
O comité das Nações Unidas para os Direitos das Crianças lançou
vários alertas a Portugal, através do relatório periódico mais recente,
divulgado na quinta-feira, onde pede ao país para acabar com os
casamentos entre menores de idade, com os castigos corporais, e que
garanta que a pobreza não seja utilizada como motivo para retirar a
custódia de um filho a uma família.
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No seu relatório, o comité sublinha que o país deve alterar a sua
legislação e retirar "todas as exceções que permitem o casamento antes
dos 18 anos", aumentar o número de casas abrigo para crianças vítimas de
violência doméstica, abuso ou negligência e garantir a "completa
proibição dos castigos corporais, por muito leves, seja nas famílias, na
lei ou na prática". Recomenda ainda que seja apenas possível assistir a
touradas depois dos 18 anos.
A nota sublinha que o país deve garantir a existência de famílias de
acolhimento por todo o país e garantir às famílias que se encontram em
situações mais vúlneráveis um apoio superior, de forma a evitar que as
crianças sejam levadas para uma instituição, priorizando sempre as
famílias de acolhimento.
Portugal "deve garantir que as políticas e práticas são guiadas pelo
princípio de que a pobreza material ou financeira - ou
condições diretas e unicamente atribuídas à pobreza - nunca podem ser a
única justificação para retirar uma criança dos cuidados parentais, para
receber uma criança em cuidados alternativos ou para prevenir a
reintegração social de uma criança", declara o documento oficial.
O comité mostra-se preocupado com as "desigualdades salariais" que
existem em Portugal e com as elevadas taxas de risco de pobreza e taxa
de pobreza efetiva entre as crianças, especialmente aque que vivem em
habitações não convencias, sublinhando as comunidades ciganas e
afrodescendentes.
Na mesma nota, declara que o país deve garantir que todos os
profissionais que trabalhem com crianças, em particular os assistentes
sociais, polícias, profissionais de saúde, entre outros, tenham formação
obrigatória sobre direitos das crianças. O comité critica ainda os
"atrasos desnecessários" na aprovação de uma estratégia Nacional para as
Crianças.
* Portugal gosta de crianças?
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