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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Mais de 25 mil casos de hepatite C
em tratamento e quase 14 mil
curados em quatro anos
Mais de 25 mil doentes iniciaram tratamentos para a hepatite C em
Portugal nos últimos quatro anos e perto de 14 mil doentes estão
curados, revela o Relatório do Programa Nacional para as Hepatites
Virais da Direção-Geral da Saúde.
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Desde 2015, ano em que foi iniciado o
tratamento desta doença com antivirais de ação direta a todos os
doentes, foram autorizados até 30 de junho 24.934 tratamentos, dos quais
23.111 já foram iniciados e 18.751 finalizados.
Dados
do Infarmed atualizados até 25 de julho indicam que foram registados
25.089 tratamentos e iniciados 23.181. Dos doentes que concluíram o
tratamento 13.895 estão curados e 507 não curados.
O
tempo médio para autorização do tratamento era, a 30 junho, de 26 dias e
o tempo médio para início de tratamento de 72 dias, refere o relatório,
que será divulgado hoje, em Lisboa, na iniciativa “Portugal Rumo à
eliminação da Hepatite C”, que decorre no âmbito do Dia Mundial contra
as Hepatites, assinalado a 28 de julho.
Nos
casos de retratamentos o tempo médio para autorização é maior tendo em
conta que alguns medicamentos carecem de Autorização de Utilização
Excecional.
“O tratamento da hepatite C com
antivirais de ação direta tem sido disponibilizado a todas as pessoas
infetadas por vírus da hepatite C elegíveis nos termos da Norma de
Orientação Clínica, com taxas de cura superiores a 96%”, sublinha o
relatório, adiantando que o valor cumulativo até 30 de junho dos
tratamentos não iniciados é de 1.823
Este
número de tratamentos autorizados e não iniciados poderá ser
justificado, na sua grande maioria (cerca de 80%), por situações de
tratamentos autorizados e iniciados, e nalguns casos mesmo concluídos,
que ainda não foram atualizados no Portal da Hepatite C do Infarmed.
Em
declarações à agência Lusa, a diretora do Programa Nacional para as
Hepatites Virais, Isabel Aldir, assinalou os ganhos alcançados no
combate a esta doença, afirmando que Portugal continua numa “situação
muito boa”.
“Temos mais de 25.000 pessoas
em tratamento e os resultados do tratamento têm sido assinaláveis: 96%
das pessoas que fazem o tratamento ficam curadas e é um tratamento muito
simples, de uma duração muito curta”, afirmou Isabel Aldir.
Mas
é preciso “fazer sempre e ainda mais um esforço para tratar todos
aqueles que sabem que têm hepatite C e identificar os casos que ainda
não estão diagnosticados”, defendeu, sublinhando que é esta trajetória
que se propõem fazer de “uma forma rápida durante os próximos anos”.
De
acordo com Isabel Aldir, não haverá muitos doentes por identificar:
"Mais de 25 mil já estão em tratamento e um número ainda maior já está
identificado e num processo” de o iniciar agora.
Se
as projeções indicam que haverá cerca de 40.000 pessoas com hepatite C,
faltam identificar cerca de 15.000, “o que num universo de 10 milhões,
obviamente, é um desafio acrescido e que se tem de estar muito atento e
não perder oportunidades”.
A hepatite C é
uma “doença silenciosa” e a grande maioria dos doentes “não têm qualquer
queixa ou sintoma”, o que dificulta o seu diagnóstico.
Nesse
sentido, a infeciologista apelou a quem tenha “alteração nas provas do
fígado”, feito tatuagens, utilizado drogas injetáveis ou “outras
manobras” em que foram utilizados materiais perfurantes ou cortantes,
sem ter os cuidados de segurança necessários, para fazerem o teste.
Também
é necessário que os profissionais de saúde estejam “atentos” e não
percam a oportunidade de propor a realização do teste, "um teste de
sangue simples" que permite identificar a doença, evitar “complicações
futuras”, como uma cirrose, e curar o doente, defendeu.
No
relatório é anunciado a realização de um novo estudo sobre o impacto
financeiro e dos ganhos em saúde do acesso universal ao tratamento da
hepatite C através de antivirais de ação direta.
“Já
foi feito numa fase inicial e os ganhos desta estratégia são tremendos e
agora está na altura de voltarmos a fazer este exercício. É uma questão
de responsabilidade do programa, do Ministério, de prestarmos contas
sobre as decisões que são tomadas” aos portugueses, disse Isabel Aldir.
* Fala-se e escreve-se muito pouco do trabalho quotidiano de milhares de médicos, enfermeiros e demais técnicos de saúde que de forma anónima fazem renascer pessoas todos os dias, para eles o nosso Bem Haja.
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