.
HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Lei de Bases da Saúde deixa PPP de fora
Parlamento chumbou todas as propostas que proibiam ou condicionavam gestão privada de unidades do SNS.
Todas as propostas sobre parcerias
público-privadas (PPP), incluindo a redigida pelo governo, foram
chumbadas no Parlamento esta tarde, durante a votação da Lei de Bases da
Saúde. Regulamento avança assim “sem qualquer referência à
obrigatoriedade de gestão pública ou possibilidade de gestão privada das
unidades de saúde”.
.
.
O governo pretendia que ficasse definido que apenas se poderia recorrer a
contratos temporários com privados e setor social — “a gestão dos
estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde é pública, podendo ser
supletiva e temporariamente assegurada por contrato com entidades
privadas ou setor social”, lia-se na proposta que só mereceu o apoio do
PS.
O mesmo fim tiveram as propostas dos
partidos de esquerda que apoiam o governo de António Costa, que queriam
acabar com a possibilidade de se estabelecerem PPP, defendendo a
obrigatoriedade de gestão pública dos estabelecimentos do SNS.
As PPP têm sido ponto ativo de discórdia na
Assembleia, com BE e PCP a fazerem uma forte campanha contra a gestão
privada de hospitais públicos, tendo aumentado progressivamente a
pressão sobre o governo de Costa no sentido de inviabilizar este modelo,
garantindo uma mudança de regras na Lei de Bases. Uma situação que
mereceu sempre a oposição da direita, mas também do próprio Presidente
da República.
Enquanto o projeto era discutido no Parlamento, Marcelo Rebelo e Sousa
foi lançando vários avisos de que não deixaria passar aquilo que
considerou ser “um absurdo” e uma “lei irrealista, a que fechasse as
portas a PPP”.
E o Presidente não estava sozinho. Ainda ontem, na sequência de notícias
de que haveria doentes internados no refeitório do Hospital de Vila
Franca de Xira (gerido pelo grupo José de Mello) — que levaram a
ministra da Saúde a comunicar que o contrato com a José de Mello Saúde,
válido até fim de maio de 2021, não seria prolongado nem renovado –, um
grupo de autarcas socialistas e do PCP saiu em defesa daquela unidade de
saúde.
Considerando tratar-se de uma “campanha de
manipulação” para “denegrir a imagem de um dos melhores hospitais do
país”, os cinco autarcas quiseram não apenas repor a verdade, garantindo
que as populações dos seus concelhos estão “muito satisfeitas” com o
serviço daquela PPP, como pedir o alargamento de um hospital que dizem
ser exemplar.
* As PPP's fazem muito mal à saúde.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário