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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Associações ambientalistas temem
por sustentabilidade dos Açores
face ao turismo
As associações ambientalistas dos Açores
manifestaram-se esta terça-feira preocupadas com a sustentabilidade da região face à
pressão turística sobre os monumentos naturais e o surgimento de hotéis
de grande dimensão como o de 580 camas projetado para São Miguel.
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O
presidente da direção da Associação Ecológica Amigos dos Açores, Diogo
Caetano, declarou à agência Lusa que uma das formas de combater a
pressão turística sobre os monumentos naturais passa por alargar a rede
de trilhos existentes.
Para o
ambientalista, desta forma a rede seria “mais eficaz e diversa” e
promoveria uma “maior dispersão no território”, reduzindo-se assim a
carga que cada turista gera, sobretudo sobre as áreas protegidas.
O
dirigente salvaguarda que não serão apenas os parques de estacionamento
entretanto criados pelo Governo Regional juntos aos monumentos naturais
que “poderão disciplinar estes locais”, como na Lagoa do Fogo, em São
Miguel.
Diogo Caetano considera que “a
sustentabilidade não pode ser apenas um rótulo” quando “surgem modelos
de hotelaria” que apostam em hotéis de grande dimensão, com cerca de 580
camas, no concelho de Vila Franca do Campo, em São Miguel, o que “surge
ao arrepio” do que se pretende em termos ambientais.
O
dirigente refere que esses projetos “certamente não são produtos para a
longevidade em termos de sustentabilidade ambiental”, uma vez que se
está perante obras “sobredimensionados para a escala dos Açores”.
Para
Filipe Tavares, responsável pela Associação Regional para a Promoção e
Desenvolvimento do Turismo, Ambiente, Cultura e Saúde, o turismo é uma
mais valia para a economia dos Açores, mas torna-se “imperioso definir o
modelo que se pretende para a região".
O responsável lamenta que apesar do Governo dos Açores defender um turismo
sustentável “na prática surjam muitas medidas e obras que não
evidenciam este percurso que se pretende seguir”.
Filipe
Tavares manifesta-se contra o turismo de cruzeiros, que “não tem
qualquer tipo de enquadramento”, e os grandes hotéis, como o que se
pretende erguer em Vila Franca do Campo, que se encontra “bastante
desadequado da escala e realidade açoriana”.
O
ambientalista defende que a revisão do Plano de Ordenamento Turístico
da Região Autónoma dos Açores (POTRAA) "já deveria estar em vigor para
impedir que determinadas obras surgissem com esta escala”.
* Não estraguem os Açores, façam quotas de turistas, não encham as ilhas de betão e de piscinas.
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