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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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António Costa mantém ameaça de demissão e protege geringonça
Primeiro-ministro está a ser esta noite entrevistado na TVI. Crise dos professores e cenário de crise política dominam conversa. Costa garante que não ilude nem mente aos professores nem aos portugueses. A decisão tem custos:"Quem perde é o país."
"Se se confirmar [a aprovação do decreto dos professores], o Governo
não terá outro remédio" senão demitir-se, disse esta noite o
primeiro-ministro. "Espero que a AR não aprove na votação final global o
que foi aprovado na comissão", insistiu.
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Entrevistado no Jornal
da Noite da TVI, António Costa disse que já viu Rui Rio e Assunção
Cristas "aparentemente a contradizerem" a votação de quinta-feira na
comissão de Edução que o levaram a ameaçar demitir-se - mas aguarda
"serenamente" pelo resultado da votação final global do decreto, dia 10.
O
decreto tal como foi alterado pelo PSD, BE, CDS e PCP, disse o chefe do
Governo, "põe em causa a sustentabilidade" orçamental e "compromete a
governabilidade" [atual e futura].
"Irresponsabilidades desta natureza têm imediata repercussão na
divida pública. Não podemos brincar aqui", afirmou. E portanto a
condição que impõe é simples: "O que desejo é que não haja qualquer
alteração ao decreto que o Governo aprovou [e que o PSD, BE, CDS e PCP
estão a querer alterar agora]."
Na entrevista Costa acaba a
proteger a geringonça, dizendo que o BE, PCP e PEV não surpreenderam com
a posição que assumiram. Quem surpreendeu foram o PSD e o CDS, que
votaram o que antes não tinham aceite.
Costa disse ainda
que com a ameaça de demissão do governo "quis evitar um problema, quero
evitar uma crise orçamental. O que não é possível é manter esta
incerteza. O que não é possível é dizer que esta decisão não tem custos,
porque tem."
"Quando apresentámos o nosso programa de
governo, muitos acharam que não seria possível cumprir, mas tínhamos
confiança no programa e no que podíamos e não podíamos fazer. Assumimos
compromissos concretos e cumprimos", argumentou António Costa,
justificando que se o governo se propôs a acabar com a sobretaxa e que o
fez, dois anos depois, que se comprometeu a repor os horários e o fez
que se comprometeu a descongelar as carreiras e que também o fez.
Sublinhando: "A dúvida que havia era se seríamos capazes de o fazer ou
não, e fomos."
Aliás, "conseguimos ir mais além do que
estava no programa do governo." Mas Costa disse a Miguel Sousa Tavares e
a Pedro Pinto que foram para as negociações com os professores de
boa-fé, mas o que receberam do outro lado foi "intransigência" em
relação aos 9 anos, 4 meses e dois dias.
Tempo que Costa
voltou a assumir que não é possível aceitar sem grandes custos para o
Pais, dizendo mesmo que se a decisão tomada em comissão não for alterada
pela Assembleia da República "quem perde é o país." E o país não pode
comprometer a sua disponibilidade orçamental, O governo foi até ao seu
limite do que era possível."
"O que eu tenho a certeza é
que o tínhamos prometido, cumprimos". Tanto que com o descongelamento
das carreiras já progrediram 51 mil professores.
No
final, Costa afirmou ainda que espera, impere o bom senso e a
razoabilidade nesta matéria, e que a Assembleia da República chumbe o
que foi aprovado em comissão. Senão é a credibilidade internacional do
país que também será posta em causa.
Quando questionado
por Miguel Sousa Tavares porque avançou com a ameaça de demissão por
causa dos professores e não com as indemnizações às vítimas dos fogos de
2017, Costa respondeu: "Quando um primeiro-ministro tem um problema
para resolver não foge, fica e é julgado. Este caso não depende do
primeiro-ministro depende de outros órgãos de soberania."
Argumentando
ainda: "É que esta decisão tem uma dimensão tal na despesa do Estado
que não é só no défice de 2019, será para sempre." O critério imposto
pelas estruturais sindicais coloca em causa a capacidade do país, "não
só hoje como a longo prazo."
"Temos feito um esforço gigantesco
para recuperar o país e ninguém, nenhum português, pode colocar isto em
risco, porque financeiramente não é possível fazer o que os professores
querem. Não posso dizer o contrário, sei que durante décadas sucessivas
houve governos que iludiram e mentiram aos professores. Mas eu não faço
isso", sublinhou.
Por isso, continua a dizer que "só é
possível 2 anos, 9 meses e 18 dias." Referindo que será assim, nem que
isso custe "ninguém votar em mim. Temos pena."
* A direita portuguesa empinou-se e participou na romaria no parque de festas do PCP e BE, António Costa fingiu-se zangado e pôs os "piquenos" no lugar com uma cenaça bem montada.
António Costa pode continuar a dormir descansado.
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