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Para esta sexta-feira está prevista a presença no tribunal de Carlos Santos Ferreira (nomeada para presidente da CGD na altura de Armando Vara). Em julho será a vez dos antigos secretários de Estado Fernando Serrasqueiro e Paulo Campos prestarem os seus depoimentos.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Teixeira dos Santos diz que Sócrates
ficou preocupado com nomeação
de Vara para a CGD
Antigo ministro das Finanças disse ao juiz Ivo Rosa que o ex-primeiro-ministro aceitou a sua escolha para o banco público, mas que temia as leituras políticas que podiam ser feitas.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates aprovou a nomeação de Armando
Vara para a administração da Caixa Geral de Depósitos, mas mostrou-se
preocupado com eventuais repercussões políticas que a decisão pudesse
ter. Esta foi a garantia dada ao juiz Ivo Rosa por Teixeira dos Santos, o
ex-ministro das Finanças do governo de Sócrates, durante o depoimento
que deu na tarde desta quinta-feira no Tribunal Central de Instrução
Criminal.
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O ex-responsável pelas finanças nacionais terá assumido
que a escolha do antigo secretario de Estado Adjunto do Ministro da
Administração Interna no governo liderado por António Guterres (outubro
de 1995 a outubro de 1999) para integrar a administração do banco
público foi sua e que dela deu conhecimento ao então chefe do executivo.
De acordo com as informações recolhidas pelo DN, perante o magistrado que lidera a fase de instrução do Processo Marquês Teixeira
dos Santos acrescentou que Sócrates ter-se-á mostrado preocupado e o
alertado para eventuais repercussões políticas da escolha de Armando
Vara. Justificou a escolha com uma opção sua que tinha como objetivo
conseguir um equilíbrio entre administradores que "eram da casa" e
outros "fora da Caixa".
Nas quatro horas que durou o
interrogatório - com um intervalo pelo meio - Ivo Rosa terá repetido as
perguntas já efetuadas ao ex-ministro durante a fase de inquérito e aqui
terá obtido respostas um pouco diferentes, nomeadamente as referentes à
nomeação para a CGD pois no primeiro interrogatório, na altura perante o
juiz Carlos Alexandre, Teixeira dos Santos não tinha referido a
existência de conversas com José Sócrates sobre este tema.
Esta
quinta-feira, segundo as fontes consultadas pelo DN, disse lembrar-se
de ter analisado o tema com o então líder do executivo e que este terá
mostrado a preocupação com eventuais leituras políticas dessa escolha.
Na acusação, o Ministério Público acusa José Sócrates de ter indicado a
Teixeira dos Santos a necessidade de demitir a administração da Caixa
Geral de Depósitos e nomear uma nova equipa dirigente, o que aconteceu
no verão de 2005.
Esta mudança acabaria por ser mais um
ponto para a tese da acusação - e que a defesa tenta contrariar - de que
o ex-primeiro-ministro terá recebido 34 milhões de euros, entre
2006 e 2015, a troco de favorecimento a interesses do Grupo Espírito
Santo, na concessão de financiamento por parte da Caixa Geral de
Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo (Algarve), com a aprovação de
Armando Vara como administrador da CGD, e ao Grupo Lena. Dinheiro esse
que terá sido movimentado por contas de Carlos Santos Silva, o
empresário amigo do ex-governante também acusado neste processo.
No
seu depoimento, Teixeira dos Santos - que abandonou o Tribunal Central
de Instrução Criminal sem prestar declarações - terá respondido às
questões do magistrado que lidera a fase de instrução com algumas
alterações em relação ao que disse na fase de inquérito. Terá, no
entanto, respondido a todas as questões, tanto de Ivo Rosa - que vai
decidir se todos os 28 arguidos (19 pessoas e nove empresas) vão a
julgamento e se os crimes pelos quais estão acusados se mantêm ou se são
alterados - como às dos advogados e do Ministério Público.
Falou, por exemplo, da
Oferta Pública de Aquisição que a Sonae fez sobre a Portugal Telecom e
que a acusação diz que falhou por interferência do Governo que exerceu o
seu direito de votar contra a aceitação da proposta fazendo valer as
ações tipo A que o Estado detinha e do projeto de TGV.
Desde
quarta-feira que os advogados de José Sócrates tenta rebater as
acusações do MP e demonstrar que, como assegura no requerimento em que
pediu a abertura da fase de instrução, que o seu cliente "não
cometeu qualquer crimes, designadamente os crimes por que vem acusado,
nem praticou os factos narrados na acusação, muitos dos quais nunca
sequer ocorreram". Garantem no documento que tudo isso será
"absolutamente comprovado" nas diligências que agora se iniciam.
Para esta sexta-feira está prevista a presença no tribunal de Carlos Santos Ferreira (nomeada para presidente da CGD na altura de Armando Vara). Em julho será a vez dos antigos secretários de Estado Fernando Serrasqueiro e Paulo Campos prestarem os seus depoimentos.
* Constatamos nos ex-políticos e quadros superiores de empresas interrogados em processos crimes de corrupção, que aliada à falta de memória caso do sr. Granadeiro existe agora outra enfermidade que é a alteração da memória, caso do sr. Teixeira dos Santos, o povo está lixado, nunca mais vê os políticos atrás das grades.
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