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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Governo constitui grupo de trabalho
para substituir cabos submarinos
Tanto o da Madeira como o dos Açores que ligam as ilhas ao continente duram até 2025 e 2024, respectivamente. Proposta final será conhecida ainda este ano
Foi
publicado hoje, em Diário da República, o Despacho do Secretário de
Estado Adjunto e das Comunicações, para a constituição de um grupo de
trabalho que irá estudar a melhor opção para a substituição dos cabos
submarinos que ligam as duas regiões autónomas da Madeira e dos Açores
ao continente português.
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As actuais infraestuturas ainda têm um
tempo de vida útil de seis e cinco anos, respectivamente, mas está
assegurado no documento mandado publicar por Alberto Souto de Miranda,
que o estudo que será feito pelo grupo de trabalho com representantes do
Governo da República, dos dois governos regionais e da Autoridade
Nacional de Comunicações (ANACOM), será apresentado ainda este ano, por
forma a dar tempo para toda a operação de substituição.
Considera
o despacho que “as comunicações electrónicas entre o Continente e as
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira são actualmente asseguradas
por um sistema de cabos submarinos, o denominado anel CAM, formado por 3
ligações em triângulo, duas delas suportadas em sistemas
internacionais, (Columbus -3 na ligação Açores-Continente (Carcavelos) e
Atlantis -2 na ligação Madeira-Continente (2000) e a terceira a ligação
autónoma entre a Madeira e os Açores, a fechar o anel (2003)”, que já
“estão a 3/4 da vida técnica máxima (25 anos), não sendo previsível,
porquanto ineficiente, investimentos adicionais na actualização desta
infraestrutura e importa prevenir a sua obsolescência”, justifica.
Acrescenta
que “os cabos submarinos em causa deverão atingir o fim da sua vida
útil em 2024/2025 (o Columbus III em 2024 e o Atlantis -2 em 2025),
sendo por isso urgente assegurar que as novas interligações são
disponibilizadas preferencialmente antes dessa data”, sendo que, “dada a
necessidade de desencadear este processo em tempo útil, foi o mesmo
inscrito na Lei do Orçamento de Estado para 2019, sublinhando-se no
relatório que acompanha o Orçamento que ‘será ainda desenvolvido nesta
área um trabalho com vista a assegurar a substituição das interligações
por cabo submarino, as quais constituirão uma prioridade para Portugal e
para a União Europeia, dado tratar-se de um investimento fundamental
para assegurar a coesão nacional e o desenvolvimento económico do país e
do espaço europeu, o qual requer que as regiões autónomas sejam
servidas por boas infraestruturas de telecomunicações’”.
Reconhecendo
que o esforço financeiro é de dimensão considerável, o secretário de
Estado lembra ainda que “as implicações do modelo a adoptar para o
respectivo financiamento e gestão”, pelo que “considerou-se imperioso
que o Estado Português defina uma orientação estratégica nesta matéria,
envolvendo o Governo da República e os dois Governos Regionais, com
mobilização de fundos europeus”, assegura.
Um assunto que já
tinha sido abordado “em Fevereiro passado”, quando “foi assumido pelo
Governo da República que iria ser formado, em breve, um grupo de
trabalho, com a participação, entre outros, do Governo da República, dos
Governos Regionais e da ANACOM, que apresentará conclusões e
orientações tendo em vista uma decisão a ser tomada durante o ano de
2019”.
Ao grupo de trabalho caberá, por isso, estudar e analisar a
“configuração técnica e financeira mais adequada para a substituição
atempada dos cabos submarinos que asseguram as ligações de comunicações
CAM”, designadamente “propor uma solução técnica que permita que a
conectividade se faça de acordo com o melhor estado da arte, quer quanto
ao tipo de cabos, quer quanto à capacidade e velocidade de transmissão
de voz e de dados, quer, ainda, no que diz respeito às medidas de
resiliência e redundância que devem ser implementadas para garantir a
continuidade da prestação de serviços nestas regiões, propor o modelo de
negócio e de financiamento, podendo sugerir várias opções, ponderar a
possível utilização do novo Anel CAM como Plataforma Atlântica CAM para
amarração de cabos submarinos internacionais, em particular à luz da
Agenda Digital da CPLP, promovendo-se assim a conectividade
internacional do país, assim como a localização no país (Continente,
Açores e Madeira) de serviços de armazenamento de dados (Data Centres,
Serviços Cloud), de novos pontos de presença de Operadores (PoPs) e
pontos de permuta de tráfego IP (IXPs)”, opção que poderá potenciar
novos negócios para as duas regiões e um novo ciclo de desenvolvimento.
Também
o grupo “deverá ponderar a utilização dos cabos submarinos na
interligação CAM para suporte de tráfego associado a projectos
científicos (consumidores de grande quantidade de largura de banda),
assim como para detecção sísmica (estudos geofísicos e produção de
alertas e avisos de sismos e tsunamis), eventualmente alargando o âmbito
da detecção às áreas do Ambiente e da Oceanografia”, além de “ponderar
ofertas complementares de serviços associados a estes cabos, que
permitam potenciar a sua utilização e explorar novos modelos de negócio
para o país, designadamente ao nível dos serviços de supervisão de cabos
submarinos na nossa zona económica exclusiva ou licenciamento Simplex
de novos sistemas a amarrar em Portugal”, argumenta.
Será
presidido pelo representante da ANACOM, sendo certo que terá um
representante designado do Ministério das Finanças, do Ministério do
Planeamento, do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, da
Secretaria de Estado das Comunicações, da Região Autónoma dos Açores e
da Região Autónoma da Madeira. Os nomes devem ser indicados até cinco
dias úteis após a publicação do presente despacho.
O trabalho
poderá recorrer à “colaboração, bem como proceder à consulta de outras
entidades tidas por convenientes à prossecução dos seus trabalhos, de
acordo com as respectivas áreas de especialidade, bem como auscultar o
mercado sobre as características das soluções existentes”, estando
acertada a data de 31 de Dezembro para a entrega ao Governo do
relatório.
* Fantástico, um documento mandado publicar por Alberto Souto de Miranda assegura que o grupo de trabalho ainda por constituir concluirá este ano a função para que for designado. Dogmático.
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