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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Estado injetou 23,8 mil milhões
na banca desde 2007.
Recuperou um quinto deste montante
A Caixa Geral de Depósitos é o banco que recebeu o maior montante de fundos públicos ao longo dos últimos 12 anos: mais de 6 mil milhões de euros.
O Estado português injetou, desde 2007, um total de 23,8 mil milhões de
euros em fundos públicos no capital dos bancos nacionais. Neste período
de 12 anos, só foi possível recuperar pouco mais de um quinto do
montante desembolsado. Os cálculos, feitos pelo Banco de Portugal,
constam do relatório extraordinário relativo aos grandes devedores de
instituições que tenham recebido ajudas públicas. O documento foi
divulgado pelo Banco de Portugal esta terça-feira, 28 de maio, sem,
contudo, revelar qualquer informação sobre os maiores devedores da banca.
Os únicos números divulgados neste relatório são os relativos às ajudas
estatais recebidas pelos bancos - valores que já eram públicos e que
são agora sistematizados pelo regulador da banca.
O
relatório do Banco de Portugal aponta para a Caixa Geral de Depósitos
(CGD) como a instituição que recebeu o maior montante de fundos públicos
neste período: ao longo dos últimos 12 anos, o banco público recebeu do
Estado um total de 6.250 milhões de euros.
Seguem-se o Banco Português de Negócios (BPN), que já custou 4.915
milhões aos cofres do Estado, e o Banco Espírito Santo (BES) e Novo
Banco, que totalizam uma fatura de 4.330 milhões. Neste último caso,
consideram-se apenas os empréstimos do Tesouro ao Fundo de Resolução e
não o montante total de fundos disponibilizados pelo Fundo de Resolução
ao BES/Novo Banco, que elevam a fatura em vários milhões.
Já o
Banif soma uma conta de 3.355 milhões, enquanto o BCP recebeu ajudas no
valor de 3 mil milhões. A lista fica fechada com o BPI, que recebeu
1.500 milhões, e o Banco Privado Português (BPP), que recebeu outros 450
milhões.
Feitas as contas, o Estado injetou um total de 23.800
milhões para ajudar os bancos. Deste montante, segundo os cálculos do
Banco de Portugal, só recuperou 5.401 milhões (assumindo que recupera a
totalidade do que pagou pelo BPP, o que não é ainda certo). A grande
maioria deste montante vem do BCP e do BPI, que já reembolsaram a
totalidade das ajudas recebidas, incluindo os juros devidos. Significa
isto que o Estado recuperou o equivalente a 22,7% do montante injetado.
AJUDAS ESTATAIS À BANCA
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O BCP e o BPI foram, como referido, os únicos bancos a reembolsar na
totalidade as ajudas recebidas do Estado em 2012, período em que
Portugal estava sob intervenção da troika. O Banco de Portugal indica
ainda que, no caso do BPP, "houve uma significativa recuperação dos
fundos disponibilizados em 2010", sem especificar um montante. Mas
ressalva que existe "expectativa de que o Estado venha a recuperar a
totalidade dos valores desembolsados".
Nos restantes casos, a recuperação por parte do Estado é nula ou diminuta.
Dos
6.250 milhões injetados na Caixa, entre 2007 e 2017, o Banco de
Portugal considera que só 900 milhões terão sido recuperados - embora,
na verdade, o reembolso não o tenha sido feito na forma de liquidez para
os cofres do Estado, pelo que não é considerado um montante recuperado.
Em causa estão os 900 milhões de euros que foram emprestados à CGD, em
2012, através dos chamados CoCos (capital convertível), montante que, já
em 2017, no âmbito da última recapitalização do banco público, foi
convertido em ações.
Quanto ao BES/Novo Banco, o Banco de
Portugal divide os montantes injetados em várias parcelas. Em 2014, o
Fundo de Resolução injetou um total de 4.900 milhões de euros para a
constituição do Novo Banco. Desse montante, 3.900 milhões resultaram de
um empréstimo concedido pelo Estado. Já em maio de 2018, o Fundo de
Resolução concedeu outros 791,7 milhões, dos quais 430 milhões
resultaram de um empréstimo estatal. Há ainda que contar com o último
empréstimo feito pelo Estado, no valor de 850 milhões, no início deste
mês. Até à data, de todos estes montantes cedidos, o Estado só recebeu
juros da parte do Novo Banco, não sendo revelados valores.
Já dos
3.355 milhões que injetou no Banif, desde 2013 e até ao final de 2015,
altura em que o banco madeirense foi alvo de uma medida de resolução, o
Estado só recuperou 411 milhões.
Por fim, do BPN, o Estado só
conseguiu um encaixe de 40 milhões, montante relativo à alienação desta
instituição ao Banco BIC, em 2012.
* Um fartar vilanagem, os professores e enfermeiros é que são bandidos!
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