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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Morreu a jornalista e escritora
Maria Alberta Menéres
A
escritora Maria Alberta Menéres, uma das precursoras da literatura
infantil portuguesa morreu esta segunda-feira. Tinha 88 anos e deixa uma
obra vasta, que se estendeu à poesia.
O anúncio foi feito pela filha, a cantora Eugénia Melo e Castro, através do Facebook.
"Minha mãe adorada Maria Alberta Menéres
hoje foi escrever histórias, contos e poemas maravilhosos para o céu.
Meu amor minha mãe adorada", escreveu a filha naquela rede social.
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Nome
indissociável da literatura para os mais novos, Maria Alberta Menéres
publicou mais de três dezenas de livros para as crianças, entre eles
obras que têm atravessado gerações, como "Conversas com versos" ou "O
poeta faz-se aos 10 anos".
Quando se
estreou nos livros para crianças, já tinha publicado dez títulos para os
leitores adultos, sobretudo de poesia. Em várias entrevistas publicadas
ao longo dos anos sempre fez questão de definir-se como poeta, quer
publicasse para crianças ou não.
Nascida
em Vila Nova de Gaia a 25 de agosto de 1930, licenciou-se em Ciências
Histórico-Filosóficas. O ensino a que se dedicou toda a vida foi
conciliado não só com a escrita de livros e a vida familiar, mas também
com a direção de programas infantis da RTP durante 12 anos, de 1974 a
1986.
Em 1960, venceu o Concurso Internacional de Poesia Giacomo Leopardi com o livro "Água-memória".
O
gosto pela escrita para as crianças atribuía-o a "infância feliz, que
nunca terminou", como recordou numa das últimas entrevistas que
concedeu, em 2010, ao lado da filha, a cantora Eugénia Melo e Castro.
A
par do ensino e da escrita, dedicou-se a outras atividades. Foi o caso
da direção de programas infantis da RTP durante 12 anos, de 1974 a
1986. Nesse ano criou o conceito do "Pirilampo Mágico", campanha de
caráter solidário que ainda hoje se mantém.
No
total, escreveu mais de uma centena de obras para crianças. "Ulisses", a
mais popular, já vai nas 45 edições e registou mais de um milhão de
exemplares vendidos.
Ouvido pelo JN, o
escritor António Mota recordou uma "amiga que gostava de ajudar os
autores mais jovens", destacando o convite que lhe endereçou no início
dos anos 80 para participarem na série "Vitinho". "Era sobretudo uma
pioneira. Foi a primeira autora a deslocar-se às escolas para falar de
livros", concluiu o autor, que celebra este ano quatro décadas de
atividade literária.
A Porto Editora
também reagiu à notícia e "lamenta profundamente a partida de uma das
mais reconhecidas escritoras portuguesas, com uma extensa e notável obra
literária dedicada aos novos, expressando publicamente o seu pesar à
Família, Amigos e aos muitos milhares de leitores". "A todos, fica a
certeza de que a sua obra perdurará", pode ler-se no comunicado, em que
se anuncia que a sua poesia para adultos vai ser reunida em breve num
volume.
* Partiu uma grande Senhora, punha nos livros o enorme respeito que tinha pelas crianças. Vai ensinar os deuses a escrever.
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