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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Governo desmente Marques Mendes:
Barragem do Fridão ainda pode avançar
O Governo já confirmou que devolverá mais de 200 milhões à EDP caso o projeto não avance. EDP à espera da resposta.
No Ministério do Ambiente e da Transição
Energética (MATE), a notícia avançada por Marques Mendes no seu
comentário semanal no Jornal da Noite de domingo na SIC causou enorme
surpresa. “O Governo tem de decidir se avança ou não [com a barragem do
Fridão] até fim de abril. Ao que apurei, a vontade do Governo é não
avançar”, disse o comentador, acrescentando que “falta saber como
indemnizar a EDP”.
Recentemente, no último debate quinzenal, o primeiro-ministro António
Costa pareceu dar razão a Marques Mendes, quando garantiu à deputada do
partido Os Verdes, Heloísa Apolónia, que a decisão sobre a barragem do
Fridão seria do seu agrado. Populações locais e ambientalistas estão
contra a obra há vários anos. O Governo vai tomar uma “boa decisão”,
disse Costa.
Contactada esta segunda-feira pelo Dinheiro
Vivo, fonte oficial do MATE negou a travagem a fundo no projeto e a
decisão negativa avançava pela comentador da SIC e reagiu dizendo que o
ministério “tem dito e mantém que até 18 de abril será tomada uma
decisão sobre a barragem do Fridão”.
O ministro do Ambiente, Matos Fernandes tem assim cerca de mais um mês
antes de anunciar publicamente qual será a resposta definitiva sobre uma
barragem que há vários anos aguarda luz verde para arrancar. Há
precisamente uma década foi anunciada no âmbito do Plano Nacional de
Barragens, com as obras previstas para arrancar no terreno em 2012. Em
2009, a EDP investiu à cabeça no projeto 218 milhões de euros.
No site da EDP a barragem do Fridão surge no separador das “Novas
Barragens”, a construir no rio Tâmega, com uma potência de 238 MW, uma
produção média anual de 295 GWh, um investimento previsto de 304 milhões
de euros, e 80% de incorporação nacional.
A elétrica continua à espera e confirmou ao Dinheiro Vivo que já
investiu na futura barragem do Fridão mais de 200 milhões de euros. “A
decisão de implementação cabe ao Governo e não à EDP. No entanto, a
empresa mantém total disponibilidade para, em conjunto com as diferentes
entidades envolvidas no projeto, explorar as melhores soluções”, disse
fonte oficial.
Em 2016, o Governo decidiu suspender por três anos, até 2019, a
construção do complexo hidroelétrico para reavaliação da atribuição de
licença para produção elétrica. Daí que agora o Executivo tenha mesmo de
tomar uma decisão, com o prazo final a aproximar-se a passos largos.
Para o ministro do Ambiente, a ” razão principal de fazer ou não fazer a
barragem de Fridão tem a ver com o compromisso de atingir determinadas
metas de energia renovável até 2030″.
No entanto, Matos Fernandes já assumiu por várias vezes que uma eventual
decisão de não avançar com a barragem no rio Tâmega, junto aos
concelhos de Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de
Basto e Ribeira de Pena), implicará a devolução à EDP o pagamento
“superior a 200 milhões de euros” à EDP dos 218 milhões de euros pagos
em 2009 ao Governo de José Sócrates, como contrapartida financeira pela
concessão do complexo hidroelétrico.
Persiste no entanto, a dúvida se a Iberdrola, que se encontra neste
momento a construir o mega complexo hidroelétrico no Alto Tâmega,
poderia substituir a EDP na construção da barragem do Fridão.
Ao Dinheiro Vivo, disse a Iberdrola: “Tal como referido no passado, a
Iberdrola mantém a informação de que não está a negociar a possibilidade
de assumir a concessão do Complexo Hidroelétrico de Fridão. De recordar
que a Iberdrola se encontra a desenvolver o Sistema Eletroprodutor do
Tâmega, o maior investimento que mantém em Portugal, num total de 1.500
milhões de euros, até 2023”.
* O sr. Marques Mendes é uma espécie de "pica miolos" do governo, a designação não é pejorativa. O comentador da SIC é mais contundente que toda a oposição de direita nacional.
Quanto ao governo ele mente e desmente com bastante frequência.
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