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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Dezassete cães foram drogados
e largados num descampado no
concelho de Loures
Os cães pertencem a uma matilha de um bairro em Camarate e apareceram a "cambalear de quinta para sexta-feira". Segundo a presidente de associação local, há duas semanas foram encontrados cães mortos.
Segundo a responsável, que recebeu os animais na associação e
lhes prestou cuidados, os cães foram largados no Bairro de Santo
António, na freguesia de Camarate, Unhos e Apelação, e na Quinta do
Mocho, na freguesia de Sacavém e Prior Velho.
A presidente da
associação, Ana Sousa, explicou que em causa estão “cães de uma matilha
do bairro de São Francisco”, que “apareceram a cambalear numa noite de
quinta para sexta-feira”.
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Uns deles foram largados “no Bairro de Santo António, onde foram
encontrados nove cães [oito machos e uma fêmea] e foi enviada uma
voluntária”, indicou.
Os restantes oito cães foram largados na Quinta do Mocho.
A
presidente recordou que “há duas semanas foram encontrados cães mortos
por envenenamento no concelho, mas não se sabe a que se deveu, nem se
está associado a isto”.
“Neste caso, em que não se registou nenhum óbito, achamos que os cães
foram drogados para algum propósito, mas que não correu como era
previsto e então foram ‘largados'”, acrescentou.
Dada a distância
existente entre os locais de abandono e o local onde está localizada a
matilha, Ana Sousa acredita que “a ideia do cuidador não seria abandonar
os cães para que eles não voltassem, caso contrário eles não seriam
largados nestes locais”.
Os animais receberam os respetivos
cuidados por parte da associação, mas, tendo em conta a situação “muito
frágil” em que o “Chão dos Bichos” se encontra, teve de os entregar ao
seu cuidador, não podendo abrigá-los.
A situação foi reportada
pela associação ao Departamento de Proteção da Defesa Animal da PSP de
Lisboa, mas “não houve investigação porque, segundo eles, não haviam
evidências suficientes para isso”, salientou.
A Câmara Municipal
de Loures também foi contactada pela associação e a informação recebida
foi de que nada podiam fazer porque o canil municipal se encontra
sobrelotado, indicou a presidente.
Apesar das tentativas por parte
da associação em mostrar a gravidade da situação através de vídeos e
fotografias, a câmara, que possuí uma veterinária municipal, apenas
explicou que se “deveria levar um cão para exames e testes na
Universidade Lusófona”, mas nessa altura “os cães já estavam acordados”,
acrescentou.
Contactada pela Lusa, a Câmara de Loures disse que
esta situação “foi resultado de uma ação ilegal de abandono, em que a
técnica utilizada foi a sedação dos animais” e, “por configurar um crime
punível, será reportada às autoridades”.
Segundo o município, o
Centro de Recolha Oficial (CRO) está de facto lotado, mas estão já “em
fase de conclusão os procedimentos para a empreitada de alargamento das
atuais instalações no que respeita ao alojamento de canídeos, que
permitirá um aumento da capacidade atual em 50%, mas também a criação da
valência de gatil, até hoje inexistente”.
Além destes
investimentos, com implementação no primeiro semestre deste ano, está
contemplado no Orçamento para 2019 a verba necessária para o
desenvolvimento de um novo CRO no município de Loures.
O dirigente
nacional do Bloco de Esquerda e candidato à Câmara Municipal de Loures
nas últimas eleições autárquicas, Fabian Figueiredo, já pediu
esclarecimentos à câmara, afirmando ser “lamentável a incapacidade
política com que os assuntos relacionados com os animais são tratados no
concelho de Loures”.
“Esta situação é mais uma prova dessa falta de competência”, frisou.
“Há
animais a serem assassinados no concelho, o executivo autárquico tem
adiado sucessivamente a construção do novo CRO e falhou em encontrar uma
solução para a associação Chão dos Bichos” nesta situação, indicou
Fabian Figueiredo.
* Quando os políticos locais tratam deste modo os animais nenhum ser humano pode almejar melhor trato.
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