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IN "i"
05 /02 /19
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Tolerância zero para
as claques desportivas
Um autocarro é apedrejado pondo em causa a vida
de muitas pessoas? Persigam-se os infratores e castiguem-nos de forma
exemplar. Ponham câmaras nos viadutos e nos pontos mais críticos das
autoestradas para os identificar mais facilmente.
Os recentes apedrejamentos de autocarros que
transportavam adeptos de clubes de futebol e de hóquei em patins são
muito preocupantes e mereciam mais atenção por parte das autoridades
policiais. Como é possível alguém atravessar-se, num dos casos em plena
autoestrada, à frente desses autocarros, pegar em pedras e partir os
vidros, magoando os passageiros? Possível, já sabemos que é. O que nos
deve questionar é como há tanta tolerância para estes eventuais
assassinos. Se alguma das pedras atingir o vidro do condutor e o ferir, o
que poderá acontecer?
Há alguns anos, Nova Iorque era uma cidade sem lei onde os assaltos
eram mais do que muitos e o sentimento de impunidade se tinha instalado.
Até que um prefeito, de seu nome Rudolph Giuliani, instituiu a
“tolerância zero” para com os criminosos, tendo os índices de
criminalidade descido mais de 50%. Giuliani não deu tréguas a ninguém e
até os graffiters que se dedicavam a vandalizar os comboios e os
edifícios públicos e não só começaram a ser severamente castigados.
Portugal precisa de encarar a violência ligada ao desporto como Giuliani
fez com toda a criminalidade. Só assim se evitarão desastres com graves
consequências no futuro. Um autocarro é apedrejado pondo em causa a
vida de muitas pessoas? Persigam-se os infratores e castiguem-nos de
forma exemplar. Ponham câmaras nos viadutos e nos pontos mais críticos
das autoestradas para os identificar mais facilmente.
Como até agora não houve vítimas mortais, ninguém tem dado o devido
destaque ao problema, mas, como sabemos, as claques e adeptos de muitos
clubes são pessoas que se movem por um ódio irracional aos adversários.
Há, pois, que travar este barril de pólvora do ódio desportivo.
P. S. Ontem foram postas a circular imagens do líder da claque do FC
Porto, Fernando Madureira, a insultar Paulo Gonçalves – ex-assessor do
Benfica e o homem envolvido no e-toupeira – e a obrigá-lo a abandonar o
restaurante onde estava. Curiosamente, a claque fez um comunicado a
questionar a legalidade do vídeo, mas não se pronunciou sobre os
insultos. Madureira não é muito diferente dos outros líderes das
claques, mas todos têm de saber que vivemos num Estado de direito e que
não estamos no Faroeste, em que as claques funcionam como grupos armados
de desordeiros e espalham o terror à sua volta.
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05 /02 /19
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