21/02/2019

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HOJE NO 
"OBSERVADOR"
Banco de Portugal. 
Condenação e multa para Tomás Correia

Banco de Portugal condenou antigo presidente Montepio por irregularidades graves na gestão da caixa económica. Tomás Correia foi multado em mais de um milhão de euros, avançam Público e Expresso.

O ex-presidente da Caixa Económica Montepio Geral, Tomás Correia, foi condenado pelo Banco de Portugal por irregularidades graves quando estava na gestão do banco. A notícia foi avançada pelos jornais Público e também Expresso. A multa aplicada ao ainda presidente da associação mutualista é superior a um milhão de euros. Segundo o Expresso terão sido 1,25o milhões por sete ilícitos.
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A instituição financeira, que passou a chamar-se Banco Montepio, foi também multada no âmbito destes processos. O Público diz que a coima foi de 3,5 milhões de euros. O Expresso refere que foram 2,5 milhões de euros e acrescenta que as coimas totais aplicadas pelo Banco de Portugal nestes processos ascendem a 4,9 milhões de euros.

Em causa estão processos de contraordenação por falhas no sistema de controlo interno do banco que foi liderado por Tomás Correia até 2015, em particular nas regras de concessão de financiamentos e de análise de risco.

Uma das operações que não cumpriu as regras envolverá o empréstimo concedido pelo Finibanco Angola, participado por Montepio, ao filho do construtor José Guilherme, dinheiro que terá sido usado para compra de unidades de participação do próprio banco num aumento de capital realizado pelo Montepio. José Guilherme foi o empresário que entregou 14 milhões de euros a Ricardo Salgado quando este era presidente do Banco Espírito Santo, alegadamente uma oferta (liberalidade) por conselhos dados.

Segundo o Público, o Banco de Portugal terá aplicado multas a mais sete antigos membros da administração do banco. Os visados foram notificados destas condenações esta quinta-feira, garante o jornal. O Observador está a tentar confirmar a informação junto do Banco de Portugal e da Associação Mutualista Montepio presidida por Tomás Correia e cuja supervisão passou para a Autoridade dos Supervisor dos Seguros e Fundos de Pensões o ano passado.

Tomás Correia abandonou a gestão da então caixa económica no quadro de uma reorganização do grupo Montepio imposta pelo supervisor bancário que fez a separação operacional e de gestão entre a então caixa económica e a associação mutualista. Na altura, em 2015, já eram conhecidas investigações do Banco de Portugal no quadro de uma auditoria forense iniciada em 2014, pelo que a continuação do gestor na presidência do banco, que chegou a estar prevista, terá sido já travada pelo supervisor bancário no quadro destes processos.

A caixa económica passou a chamar-se Banco Montepio e atualmente é presidida por Carlos Tavares, que é chairman, tendo como presidente executiva Dulce Mota.

Mas Tomás Correia manteve-se à frente da associação mutualista que controla o banco, vencendo as eleições do ano passado apesar de muitas acusações feitas pelos seus adversários às decisões que tomou enquanto responsável pela caixa económica por mais de dez anos.

* A trafulhice passou a ser a imagem de marca da banca portuguesa.

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