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HOJE NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
Novo Banco vai pedir mais
de 1.000 milhões de euros
Novo Banco vai pedir valor recorde ao Fundo de Resolução para repor os seus rácios de capital. Injeção de capital será anunciada em março.
O banco liderado por António Ramalho prepara-se para pedir ao Fundo de
Resolução (FdR) um valor que, afinal, não só vai ser superior aos 850
milhões de euros que o Ministério das Finanças inscreveu no OE/19 como
teto máximo do empréstimo ao Fundo como vai mesmo superar a barreira dos
mil milhões de euros. Uma injeção que ocorre no âmbito do mecanismo de
capital contingente que foi acordado aquando da venda de 75% do banco ao
Lone Star e que obriga aquele fundo a injetar dinheiro no Novo Banco
sempre que há perdas na venda de um conjunto de ativos com impacto na
estabilidade financeira do banco.
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A informação foi confirmada ao Jornal Económico por diversas
fontes próximas a este processo que dão conta da necessidade do Novo
Banco acelerar a redução do rácio de NPL (non-performing loans, crédito
não produtivo), num processo cujo timing nem sempre é compatível com
venda ao melhor preço destes créditos a fundos internacionais.
O
Novo Banco prepara-se, assim, para pedir ao Fundo de Resolução um valor
recorde por conta das necessidades de capital de 2018. A este respeito
uma dessas fontes recorda que o rácio de NPL no final do ano passado
situava-se em torno dos 22% e que o Banco Central Europeu (BCE) exige
uma convergência para valores inferiores a 10% ao nível dos bancos
europeus. Até 30 de setembro de 2018, o rácio de NPL do Novo Banco
situou-se nos 27,7% (menos 3,8 pontos percentuais face a setembro de
2017) devido à continuada redução do crédito não produtivo.
O
Jornal Económico sabe que o montante a receber em 2019, ao abrigo do
mecanismo de capital contingente celebrado com o FdR ultrapassa em larga
medida os 726,369 milhões de euros apurados no final de junho. Segundo
as nossas fontes, o valor deverá mesmo superar os 850 milhões de euros
que o Ministério das Finanças inscreveu no OE/19 como teto máximo do
empréstimo ao Fundo de Resolução. E representará mais de 200 milhões de
euros face à última injeção de capital de 792 milhões de euros relativa
às contas de 2017, dos quais 430 milhões através de um empréstimo do
Estado ao Fundo. Este último montante ficou aquém do teto de 850 milhões
de euros também previsto no OE/18 para o empréstimo estatal e que este
ano deverá ser usado na íntegra pelo FdR.
O montante máximo de
empréstimo do Estado ao FdR, definido no Orçamento de Estado deste ano,
serve para completar fundos em falta para cumprir o compromisso assumido
de injeção de capital, previsto no mecanismo de capital contingente. O
restante montante para perfazer, pelo menos, os 1.000 milhões de euros
de injecção de capital, virá das receitas próprias do Fundo, proveniente
da contribuição sobre o setor bancário e do recebimento das
contribuições diretas, periódicas e anuais.
Contas feitas, a
confirmarem-se, as necessidades de capital em 2019, na ordem dos 1.000
milhões, eleva-se para cerca de 1,8 mil milhões de euros o montante do
mecanismo de capital contingente usado pelo Novo Banco. O Jornal
Económico questionou o BdP sobre o montante recorde de injeção de
capital no Novo Banco, mas fonte oficial recusou comentar. Igualmente
questionada, fonte oficial do Novo Banco não quis fazer comentários.
5,2 mil milhões injetados pelo Estado
Estes
430 milhões de empréstimo estatal de 2017 juntam-se aos 3,9 mil milhões
de euros que o Tesouro emprestou ao Fundo de Resolução em 2014, para
capitalizar o então constituído Novo Banco. Numa fatura que ascenderá a
5.180 milhões para os cofres do Estado com a nova injecção de 1.000
milhões prevista para este ano.
O Governo tem sinalizado que
“depois de aprovado o relatório e contas relativo ao exercício de 2018, o
Novo Banco pode dirigir um pedido de pagamento ao FdR ao abrigo do
Acordo de Capitalização Contingente”. Mas que depois caberá “ao FdR
verificar se estão criadas as condições que determinam o referido
pagamento e obter elementos para confirmar o valor em causa, através de
contributos da Comissão de Acompanhamento do Novo Banco, do Agente de
Verificação e, também, das análises do Banco de Portugal”.
Na
última injeção, de 791,695 milhões, o agente verificador foi a Oliver
Wyman. “Feita esta validação, o FdR deve, em primeiro lugar,
disponibilizar os seus recursos próprios e, em segundo lugar, avaliar a
possibilidade de um financiamento de mercado. Se persistirem
necessidades financeiras, o FdR pode pedir um empréstimo ao Estado”,
segundo já explicou o ministério das Finanças.
Fonte próxima ao
processo sinaliza, por sua vez, que o objetivo é que o banco esteja em
melhores condições quando for vendido, valorizando assim a participação
de 25% do FdR no Novo Banco para uma posterior alienação.
O valor
exato só será, no entanto, determinado em março, altura do fecho de
contas de 2018, pois depende “das perdas ocorridas e dos rácios
regulamentares em vigor no momento da sua determinação”.
Recorde-se
que o FdR tem a responsabilidade de compensar o Novo Banco por perdas
reconhecidas com os chamados ativos ‘tóxicos’ (crédito malparado e
imobiliário) e alienações de operações não estratégicas, caso ponham em
causa os rácios de capital da instituição, num máximo de 3,89 mil
milhões de euros. Um valor que o governador do Banco de Portugal disse
em 2017, no Parlamento, que acreditava que não seria atingido.
* É por causa da chulice bancária que o sr. ministro das Finanças não tem dinheiro para dignificar o trabalho de professores e enfermeiros. Ora bolas.
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