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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Associação anticorrupção pede ao
.Governo que não pressione OCDE
.Governo que não pressione OCDE
O presidente da associação Transparência e Integridade escreveu ao ministro dos Negócios Estrangeiros pedindo que o Governo não interfira no relatório da OCDE que aborda a corrupção em Portugal.
O Presidente da associação Transparência e Integridade pede mais debate
sobre corrupção e menos interferência do Governo português no trabalho
da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico
(OCDE). João Paulo Batalha, presidente da associação, enviou, esta
terça-feira, uma carta a Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios
Estrangeiros, noticiou o Expresso.
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“O arrufo do Governo com a OCDE é mais próprio de regimes autoritários
do que de democracia aberta”, disse João Paulo Batalha ao Expresso. Em
causa estão as declarações
de Augusto Santos Silva ao Expresso, no sábado, sobre o relatório
periódico elaborado pela OCDE que aborda o tema da corrupção. “Se o
relatório fosse transformado numa simples listagem de ideias feitas,
perceções e estereótipos, seria muito errado e Portugal teria de
protestar.”
“A perceção de que o Governo português estará a tentar condicionar o
conteúdo de um relatório da OCDE, ou sequer a tentar evitar uma
discussão sobre as políticas públicas de combate à corrupção, é ela
própria negativa para o ambiente de negócios e a confiança dos
investidores e dos cidadãos”, escreveu a associação na carta enviada ao
ministro. Este relatório, em particular, foi elaborado pela equipa
coordenada por Álvaro Santos Pereira, o ex-ministro da Economia de
Passos Coelho que é diretor na OCDE.
Esta não é a primeira vez que um relatório da OCDE causa desconforto no
Governo. Em 2016, o Executivo socialista recebeu um balanço sobre as
reformas no mercado laboral que elogiava os resultados das políticas
adotadas pelo anterior Governo e no quadro da troika, mas demorou muitos
meses a divulgá-lo, como contou na altura o Observador. “Portugal tem
constantemente uma posição defensiva em relação à avaliação de
organizações internacionais e resiste sempre a que se fale do tema da
corrupção”, disse João Paulo Batalha ao Expresso.
Para o relatório que será publicado em fevereiro ou março, o Governo
contesta a escolha do tema da corrupção, que seja dada enfâse a Portugal
nesse tema e que sejam utilizados indicadores de perceção. João Paulo
Batalha, por sua vez, entende que “em matéria de corrupção, as perceções
são um indicador-chave para medir a forma como os cidadãos e os agentes
internacionais, sejam organizações ou investidores, olham para um país e
para os Governos”.
A OCDE analisou 20 países em 2018, mas apenas
cinco tiveram o tema da corrupção abordado para lá das menções
genéricas: Brasil, Grécia, Turquia, Indonésia e Coreia do Sul.
Os relatórios sobre a Alemanha, Holanda, Lituânia e República Checa não
abordam o tema.
* Este governo é muito parecido com o comportamento da igreja católica, privelegia tabus.
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