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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Ministro defende fim das propinas
no ensino superior
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu políticas que garantam a redução dos custos das famílias com filhos no ensino superior.
Durante a sua intervenção na Convenção
Nacional do Ensino Superior 2030, que hoje decorre no ISCTE-IUL, em
Lisboa, Manuel Heitor lembrou os ideais europeus que garantem a
frequência do ensino superior sem sobrecarga para as famílias.
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Nos
últimos três anos, lembrou, o Governo "aumentou 24% o número de bolsas
de ação social escolar", que passaram de cerca de 64 mil em 2015 para
quase 80 mil atualmente, com destaque para as bolsas de mobilidade para o
interior no país, que triplicaram.
No
entanto, o ministro entende que "tem de ser repensada" a ação social
escolar: "Cada vez mais, os ideais europeus nos levam a pensar que não
são os estudantes e as famílias que têm de cobrir grande parte das
despesas, mas sim aqueles que beneficiam do ensino superior".
À
margem do encontro e em declarações aos jornalistas, Manuel Heitor
clarificou que o fim das propinas no prazo de uma década "deve ser um
cenário favorável", reconhecendo que tal só será possível através de "um
esforço coletivo de todos os portugueses".
"Temos
um sistema muito diversificado na Europa, mas a tendência normal é
reduzir, no prazo de uma década, os custos das famílias sem reforçar a
carga fiscal, mas equilibrando os rendimentos, para que sejam os
beneficiários individualmente e os empregadores a ter maiores
contribuições no ensino superior", explicou.
"Hoje
temos a certeza que aprender no ensino superior garante acesso a
melhores empregos. Temos de alargar essa possibilidade a mais jovens,
reduzindo os custos diretos das famílias", defendeu Manuel Heitor,
reforçando a ideia de uma sociedade mais equitativa, com um ensino
superior "menos elitista, massificado e mais aberto a todos".
Durante
o debate, o investigador Pedro Teixeira, do Centro de Investigação de
Políticas do Ensino Superior, apontou o caso das propinas como um dos
pontos negativos de Portugal em relação à Europa: "Estamos onde não
devíamos estar na promoção da igualdade. Temos propinas acima da OCDE".
Pedro
Teixeira sublinhou também que o financiamento por aluno "é claramente
mais baixo do que a média da OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico)", uma "situação que piorou entre 2010 e
2015", assim como os recursos investidos no ensino superior em Portugal
estão "muito abaixo da OCDE".
Manuel
Heitor lembrou que, nos últimos três anos, houve um crescimento de
"cerca de 290 milhões de euros do investimento público e privado na
investigação e desenvolvimento", mas reconheceu que é preciso muito
mais, fazendo referência às metas para 2030: duplicar a despesa pública e
multiplicar por quatro a despesa privada.
Aumentar a presença de alunos no ensino superior foi precisamente um dos desafios apontados pelo ministro para os próximos anos.
Os
números mais recentes indicam que a maioria dos jovens de 20 anos não
chega ao superior, apesar de ter havido uma melhoria nos últimos anos,
mas é o próprio ministro que sublinha que "não chega".
"Hoje
temos 120 mil jovens com 18 anos e damo-nos ao luxo de só formar metade
deles", afirmou perante uma plateia composta por reitores, presidentes
de institutos politécnicos, ex-ministros e atuais responsáveis
governamentais.
"Se hoje temos quatro
em cada dez jovens de 20 anos no ensino superior, temos de chegar a seis
a cada dez jovens com 20 anos participando no ensino superior",
defendeu, sublinhando que também é preciso mais investimento.
Estudos
da OCDE indicam que os estudantes vão triplicar em todo o mundo e as
instituições portuguesas devem apostar cada vez mais no ensino em várias
línguas, tendo em conta a presença de estudantes estrangeiros, lembrou
Manuel Heitor.
Atrair estudantes
estrangeiros também foi defendido pelo ministro dos Negócios
Estrangeiros, Augusto Santos Silva: "Nós podemos ser a Austrália da
Europa".
À margem do encontro, o
presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP),
António Fontainhas Fernandes, reforçou a ideia do ministro Santos
Silva, acrescentando que "a internacionalização não passa apenas por
trazer estudantes".
Aos jornalistas,
lembrou a importância de não se apresentarem medidas avulsas para o
ensino superior: "É preciso modernizar, rejuvenescer as instituições,
chamar os mais jovens. Este é um percurso que se faz, mas que é preciso
ser visto a longo prazo e não pode ser feito com medidas avulsas",
disse.
É objetivo dos promotores que da
convenção resulte uma "Nova Agenda Estratégica para o Ensino Superior
em Portugal", visando a próxima década, durante a qual se pretende
fortalecer o sistema de ensino superior nacional.
* O PS já está em campanha eleitoral velada/ descarada. A ideia seria boa se fosse acompanhada duma planificação já elaborada para executar, não existindo não passa duma mão cheia de nada à espera do voto dos tansos. Reparem que o ministro fala em dez anos, daqui a dez anos ninguém se lembra desta toada.
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