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IN "DINHEIRO VIVO"
09/12/18
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Economia informal:
prós e contras
O objetivo das atividades paralelas é obter emprego, pelo que a fuga à legislação laboral, ao fisco e às contribuições não é o objetivo principal.
Há Economia Informal sempre que haja
produção de bens e serviços legais em pequenas unidades sem um processo
organizativo definido ou clara divisão entre fatores de produção,
nomeadamente trabalho e capital. A escala a que essas atividades são
desenvolvidas afeta a capacidade de serem percecionadas pelas entidades
reguladoras e/ou fiscalizadoras, embora devessem ser incluídas no
cálculo do PIB. Desse modo, a precisão do conceito “riqueza criada numa
economia, num determinado período temporal”, seria melhorada e o Estado
arrecadava mais receita com impostos e contribuições.
O objetivo dessas atividades é obter emprego e, sobretudo, rendimento, pelo que a fuga à legislação laboral, aos impostos e às contribuições não é o objetivo principal. São atividades que tendem a não ser formais pela incapacidade de sobrevivência na presença de impostos, contribuições e outros custos administrativos. A motivação subjacente leva, pois, a que sejam atividades socialmente aceites, por estarem associadas a uma estratégia de melhoria das condições de vida das famílias e/ou de sobrevivência, podendo atenuar o sofrimento de população excluída.
O objetivo dessas atividades é obter emprego e, sobretudo, rendimento, pelo que a fuga à legislação laboral, aos impostos e às contribuições não é o objetivo principal. São atividades que tendem a não ser formais pela incapacidade de sobrevivência na presença de impostos, contribuições e outros custos administrativos. A motivação subjacente leva, pois, a que sejam atividades socialmente aceites, por estarem associadas a uma estratégia de melhoria das condições de vida das famílias e/ou de sobrevivência, podendo atenuar o sofrimento de população excluída.
Assim, se faz sentido que passem a
atividades formais e contribuam para o cálculo do PIB, faz também
sentido que possam continuar informais por contribuírem para a inclusão
social de públicos desfavorecidos. Ou seja, por um lado, reconhece-se
que a Economia Informal representa uma ameaça grave à redistribuição e
ao financiamento da proteção social a longo prazo, e à ausência de
proteção social de trabalhadores já por si vulneráveis face à doença, ao
desemprego e à velhice. Por outro lado, reconhece-se o contributo de
iniciativas provenientes da Economia Informal, enquanto boas práticas de
inclusão através do emprego, e relembra-se que muitas das respostas
sociais estandardizadas atualmente existentes se despoletaram no
contexto da Economia Informal.
Tudo somado, porque o Estado é ineficiente a cumprir os seus objetivos,
parece haver um entendimento relativamente consensual de que a Economia
Informal é muito relevante a nível económico, por consistir no
desenvolvimento de atividades de proximidade, as quais apresentam
relevância ao nível do desenvolvimento social das comunidades onde se
inserem (sendo por estas positivamente valorizadas), tanto mais que se
assumem como resposta a necessidades sociais sentidas.
* Presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude e professor da
Faculdade de Economia da Universidade do Porto
IN "DINHEIRO VIVO"
09/12/18
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