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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Governo aceitou exoneração do diretor do centro de formação da GNR em Portalegre
Ministro da Administração Interna confirmou que o Governo aceitou a exoneração do diretor do centro de formação da GNR em Portalegre. Decisão surge após notícias de alegadas agressões a formandos.
O ministro da Administração Interna confirmou esta terça-feira que aceitou a exoneração do diretor do centro de formação da GNR de Portalegre,
depois de denúncias que davam conta de agressões durante o exercício e
que já motivaram a abertura de um inquérito por parte do Ministério
Público. Eduardo Cabrita justificou a decisão com o facto de não ser
“admissível a demora na facultação de factos relevantes” e garantiu que
irá disponibilizar todas as imagens captadas durante a sessão de
formação para propósitos de investigação.
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Em declarações aos jornalistas durante uma cerimónia de entrega de
veículos à GNR, na Batalha, o ministro da Administração Interna afirmou
que ficou “desagradavelmente surpreendido” com aquilo
de que teve conhecimento. Em causa estão as violentas agressões a 10
guardas em formação por parte de um formador durante o módulo de “bastão
extensível” no curso de formação da GNR que decorreu em Portalegre,
segundo avançou na segunda-feira o Jornal de Notícias. Os formandos
sofreram graves lesões, houve recrutas que perderam os sentidos e um
deles ficou mesmo em risco de perder em visão por lesões oculares.
Alguns tiveram mesmo de ser operados no Hospital de S. José, em Lisboa.
Tudo aconteceu durante o 40.º curso do Centro de Formação que decorreu
entre 1 de outubro e 9 de novembro.
Os guardas em formação terão sido agredidos e humilhados por um formador
a que tecnicamente se chama “Red Man”, um guarda vestido de vermelho
com luvas de boxe e uma armadura de proteções da cabeça aos pés que luta
contra recrutas que tinham apenas um bastão de plástico (de PVC e
borracha) e roupa casual (calças e t-shirt).
O JN acrescentava ainda que oito ou nove recrutas foram “internados
no Hospital de São José, de urgência, com narizes partidos, fraturas
nos dedos das mãos e, no caso de um deles, lesões oculares”.
Começaram por ser assistidos no Hospital de Portalegre, mas foram
transferidos para Lisboa devido à gravidade das lesões. Há ainda relatos
de outros recrutas que também foram agredidos, mas decidiram não
recorrer a assistência médica da enfermaria com medo de represálias.
“O instrutor claramente perdeu a cabeça”
Em declarações ao Diário de Notícias,
Carlos Chaves, General do Exército e antigo dirigente da escola da GNR
durante três anos, afirmou que, depois de ter visto as imagens dos
treinos dos alunos, não havia dúvidas: “O instrutor claramente perdeu a
cabeça”. Carlos Chaves criticou ainda a falta de acompanhamento por
parte dos instrutores referindo que na altura em comandou a Escola
“havia instruções claras para estes treinos serem supervisionados pelo
comandante de comandante, pelo comandante de batalhão e, sempre que
possível, pelo comandante da unidade”.
“O que aconteceu só foi possível por falta de supervisão”,
disse ainda o General do Exército, acrescentando que “os senhores
oficiais têm de sair mais dos gabinetes e acompanhar a instrução no
terreno”. E diz não entender porque é que “o instrutor dá pontapés,
quando o treino era apenas com o bastão”. “É inadmissível que só tenha
havido reação depois de divulgadas as imagens. O que aconteceu é muito
grave”, concluiu ainda sobre a instauração do inquérito.
* Para já percebe-se que não existe uma relação eficaz nas hierarquias da GNR e do Exército incluíndo Comandos e que se inventam manobras de encobrimento. Podemos confiar?
Um instrutor de cabeça perdida é potencialmente um criminoso.
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