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HOJE NO
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Investigadores da Fundação Champalimaud dizem que morte
de células cerebrais na
doença Alzheimer é benéfica
Vários cientistas do Centro de investigação Champalimaud chegaram a esta conclusão
De acordo com vários cientistas do Centro
Champalimaud, que realizaram uma experiência com moscas-da-fruta, a
morte de algumas células cerebrais na doença de Alzheimer é benéfica, ao
contrário daquilo que se pensava.
O estudo foi hoje publicado na revista científica Cell
Reports e, na experiência, as moscas-da-fruta foram geneticamente
modificadas para reproduzir os sintomas da doença de Alzheimer humana.
De acordo com uma das investigadores do estudo, Christa Rhiner,
citada através de um comunicado da Fundação Champalimaud, as moscas
transgénicas apresentavam "perda de memória de longo prazo, um
envelhecimento acelerado do cérebro e problemas de coordenação motora,
que pioravam com a idade".
Uma outra cientista do centro, Dina Coelho – a primeira autora do
estudo -, bloqueou a morte de neurónios no cérebro destas moscas, que
"desenvolveram problemas de memória e coordenação motora ainda piores,
morreram mais cedo e o seu cérebro deteriorou-se mais depressa".
No entanto, quando acelerada a morte dos neurónios - em que os mais
aptos desencadeavam o ‘suicídio' dos menos aptos - as moscas que
expressavam a proteína beta-amiloide, que está associada à Alzheimer,
recuperaram.
"As moscas comportavam-se quase como moscas normais no que diz
respeito à formação de memórias, ao comportamento locomotor e à
aprendizagem", refere Christa Rhiner, afirmando ainda que a recuperação
aconteceu quando os insetos já estavam muito afetados pela doença.
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O estudo recentemente publicado indica então que a morte de neurónios
"é benéfica porque remove dos circuitos cerebrais os neurónios afetados
por agregados tóxicos de beta-amiloide, e que manter esses neurónios
disfuncionais é pior do que perdê-los", diz o investigador Eduardo
Moreno.
Os autores do estudo referem que estes resultados podem vir a ter
implicações no que diz respeito ao tratamento da doença, uma vez que
"algumas substâncias experimentais que existem estão a ser testadas".
* A ciência é verdadeira porque tem a capacidade de questionar e reformular teses anteriores. As religiões fossilizaram a ficção.
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