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HOJE NO
"RECORD"
Agência Mundial Antidopagem revoga acreditação do Laboratório de Lisboa
Secretário de Estado da Juventude e Desporto mostra-se surpreendido com a decisão
A Agência Mundial Antidopagem (AMA) anunciou esta quinta-feira, em
comunicado, ter revogado a acreditação do Laboratório de Lisboa devido à
sua não conformidade com os procedimentos internacionais.
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O laboratório, que já tinha sido suspenso provisoriamente em 2016, não
poderá assim proceder à análise das amostras por parte de federações ou
organizações desportivas que tenham assinado o Código mundial
antidopagem, tendo, segundo a AMA, já sido notificado da decisão na
passada segunda-feira (22 de outubro).
Contactado pela Agência Lusa, o secretário de Estado da Juventude e
Desporto, João Paulo Rebelo, admitiu a possibilidade de vir a recorrer
da decisão da AMA. "Estamos de alguma forma surpresos, porque fizemos
tudo o que tinha de ser feito. Estamos a avaliar, diria com forte
inclinação, para discutir isto ao nível do Tribunal Arbitral do
Desporto, porque achamos que temos razão para contestar esta decisão da
AMA", disse o governante.
"Fiabilidade" das análises em causa
No comunicado distribuído a AMA revelou estar insatisfeita com os
resultados de uma inspeção realizada para "assegurar a completa
fiabilidade e precisão das análises antidoping e na divulgação dos
resultados".
O Laboratório de Lisboa foi suspenso em 15 de abril de 2016 por um
período de seis meses, tendo essa suspensão sido mais tarde ampliada
para um ano.
A AMA explica ainda que, findo esse ano e por verificar que as
irregularidades detetadas se mantinham, decidiu dar início aos
procedimentos para a revogação da acreditação.
No entanto, a AMA ainda deu algum tempo para que o laboratório lisboeta
pudesse voltar a funcionar normalmente, mas, de acordo com o grupo
especialista, o mesmo "ainda não está a funcionar ao nível exigido",
tendo se decidido pela revogação.
Governo diz que autoridades portuguesas fizeram o que foi pedido
Manifestando surpresa perante a decisão da AMA, João Paulo Rebelo
sublinhou que as autoridades portuguesas fizeram "absolutamente tudo o
que foi pedido" por aquele organismo no sentido de ultrapassar a
suspensão, lembrando que, em setembro de 2017, uma comissão disciplinar
independente defendeu que o laboratório português estava "em condições
de entrar em rotina".
"Fizemos tudo o que devíamos ter feito, colmatando falhas que
reconhecemos que existiam. Por outro lado, porque há meses andamos a
dirimir argumentos com a AMA neste processo algo nebuloso, que alguma
coisa correta não estaria a acontecer, o que nos leva a estarmos a
avaliar, diria com forte inclinação, para discutir isto ao nível do
Tribunal Arbitral do Desporto, porque achamos que temos razão para
contestar esta decisão da AMA. Entendemos que, pelos regulamentos, pelo
trabalho desenvolvido, não há razão [para a suspensão]", disse.
O governante admitiu ainda a existência de "uma estratégia da agência de
reduzir o número de laboratórios". "Tínhamos um ano para resolver as
questões, resolvemos. A AMA tinha um ano para nos responder, não
respondeu num ano, arrastou isto meses, uma comissão independente veio
dizer que estamos em condições. Dá a impressão que não lhes agradou a
decisão e tiveram que arranjar outra. Entendemos que há matéria para
dirimir e para que alguém venha decidir e avaliar se houve ou não
legitimidade da decisão tomada, se há ou não cumprimento da nossa parte.
E estamos perfeitamente tranquilos e à vontade, porque fizemos
absolutamente tudo o que nos foi pedido", concluiu.
No entanto, a AMA ainda deu algum tempo para que o laboratório lisboeta
pudesse voltar a funcionar normalmente, mas, de acordo com o grupo
especialista, o mesmo "ainda não está a funcionar ao nível exigido",
tendo se decidido pela revogação.
* Viva o "nacional porreirismo", não culpem a AMA.
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